Apesar de afirmar que pretende restaurar a calma na região, o governo israelense enviou nesta quinta-feira (03/07) soldados e tanques para o sul do país, na fronteira com a Faixa de Gaza, após uma noite de bombardeios que deixaram mais de 10 feridos no território palestino. A informação é do jornal israelense Haaretz e da Associated Press.
A tensão escalou após o sequestro e assassinato de três adolescentes israelenses em junho. Após Tel Aviv culpar o grupo islamita Hamas e prometer vingança, um jovem palestino foi morto e diversos episódios de violência foram registrados contra árabes em Israel.
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— Trabajadores.cu (@trabajadorescu) julio 2, 2014
Em entrevista ao Haaretz, uma fonte militar disse que Israel “saberia como responder” caso o lançamento de foguetes a partir de Gaza continuasse. Milicianos palestinos dispararam 11 foguetes durante a noite contra o sul do país judeu, que não causaram vítimas. Um deles chegou a atingir uma casa na cidade de Sderot, mas acabou não explodindo, informou a imprensa local.
Segundo Ashraf al Qidra, porta-voz dos serviços de emergência de Gaza, uma mulher teve que ser internada esta noite em estado crítico após um ataque contra posições no norte, enquanto outras nove pessoas tiveram que ser atendidas por ferimentos de diversa consideração.
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Desde que a operação de busca pelos jovens israelenses começou, mais de 60 foguetes foram lançados da Faixa de Gaza, reduto do movimento islamita, em resposta a operações militares de Israel. Cinco palestinos foram mortos durante o período em que os garotos estavam desaparecidos.
ONU
As Nações Unidas criticaram israelenses e palestinos pela escalada da violência nos últimos dias. “Condeno com veemência os ataques com foguetes e, especialmente, condeno o excesso de atos de retaliação de Israel”, ela lamentou o assassinato de Mohamad Hussein Abu Jedei, palestino de 17 anos, em Jerusalém Oriental. A União Europeia também condenou o homicídio.
Efe
Jovens palestinos enfrentam forças de segurança israelenses em Jerusalém Oriental após o assassinato de um adolescente
Os jovens israelitas — Naftali Frenkel e Gilad Shaer, de 16 anos, e Eyal Yifrach, de 19 — foram sepultados na terça. No dia, militantes de extrema-direita desfilaram por Jerusalém pedindo vingança, aos gritos de “mortes aos árabes!”. Também houve confrontos em várias cidades da Cisjordânia. Após lançarem pedras e coquetéis molotov, palestinos foram contidos pela polícia israelense com com balas de borracha e balas verdadeiras. Há registro de feridos.
Investigação
O líder da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmud Abbas, acusou colonos judeus de terem matado Khdeir e exigiu que Israel investigue o caso. Já o Hamas alertou Tel Aviv que irá “pagar pelos seus crimes”. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, mandou abrir uma investigação contra o que considera ser um “assassinato repreensível”. Netanyahu apelou aos cidadãos para não fazerem “justiça pelas próprias mãos”. A família de um dos três jovens judeus mortos considerou “horrenda” a morte do palestino.
A família de Khdeir diz que ele foi raptado quarta-feira de manhã. Horas depois, o cadáver carbonizado apareceu numa floresta perto de Jerusalém, “impossível de ser reconhecido”, segundo a família. A polícia ainda não confirmou a identificação publicamente, mas um advogado dos Khdeir diz que já o fez em privado.