O governo da Arábia Saudita afirmou ter posicionado 30 mil soldados na fronteira com o Iraque, após as tropas iraquianas supostamente abandonarem a região. A declaração foi feita durante entrevista à TV Al-Arabiya nesta quinta-feira (03/07).
O Rei Abdullah, da Arábia Saudita, anunciou que irá tomar todas as medidas necessárias para combater possíveis “ameaças terroristas”. O país divide 800 km de fronteira com o Iraque. No último mês, integrantes do EIIL (Estado Islamico do Iraque e do Levante) e outros grupos tomaram rapidamente povoados da região.
Agência Efe
Soldados iraquianos tomando conta da fronteira com a Arabia Saudita, próximo a cidade de Karbala, no último dia 27 de junho
No site da emissora, a Al-Arabiya afirma que as tropas abandonaram a fronteira por ordens do governo iraquiano. Bagdá, entretanto, negou a informação e garantiu que a fronteira está sendo monitorada e sob total controle.
A Al-Arabiya disse que teria obtido um vídeo no qual é possível ver 2.500 soldados iraquianos na área do deserto, a leste da cidade iraquiana de Karbala, após se retirarem da fronteira. No vídeo, um oficial do Exército teria falado que os soldados receberam a ordem de retirada do governo, sem qualquer justificativa.
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Entretanto a existência do vídeo ainda não foi confirmada. Qassim Atta, general do Exército iraquiano, disse que “essas notícias falsas foram divulgadas para afetar a moralidade do nosso povo e de nossos combatentes heróis”.
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O governo do Iraque pediu para que seus aliados ajudassem na luta contra os grupos terroristas. De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), mais de um milhão de iraquianos abandonaram suas casas em decorrência do conflito. O governo saudita enviou US$ 500 milhões para auxiliar as necessidades humanitárias dos iraquianos.
No último dia 29, o EIIL anunciou a instauração do califado islâmico, governo de uma região comandanda por liderança islâmica, que passou a se chamar apenas Estado Islâmico (EI), entre as cidades de Dyala, no Iraque, e Aleppo, na Síria. No dia anterior, as Forças Armadas iraquianas efetivaram a maior ofensiva desde o início da crise, na tentativa de retomar o controle da cidade de Tikrit, dominada pelo EIIL.
Na terça-feira (01/07) o líder Abu Bakr al-Baghdadi chamou todos os muçulmanos ao redor do mundo para se juntar à luta e na construção do califado. No dia seguinte, o presidente sírio, Bashar al Assad, ameaçou abandonar as armas caso não receba apoio logístico e militar para combater os fundamentalistas do EI.