Dados divulgados pela OMS (Organização Mundial da Saúde) nesta quinta-feira (25/09) revelam que o ebola já matou quase 3.000 pessoas na África Ocidental. O estudo da entidade, no entanto, mostra que o surto se estabilizou na Guiné, um dos países mais afetados da região.
Agência Efe
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Hoje, dirigentes de todo o mundo, vão discutir a adoção de novas medidas para conter a expansão do surto de ebola durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York.
A OMS aponta que a falta de leitos e a resistência de comunidades em algumas áreas contribuem para que a doença continue se espalhando. Apesar dos esforços para coletar dados, o que se revela é que a epidemia é ainda mais mortal do que parecia inicialmente, mas pode estar desacelerando na Guiné.
Um relatório divulgado pelo CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) dos Estados Unidos apontou que, se a epidemia não for controlada, até o fim de janeiro de 2015, o número de pessoas infectadas pelo vírus do ebola pode chegar a 1,4 milhão.
A OMS disse que até 21 de setembro, 2.917 pessoas morreram de ebola dentre 6.263 casos em cinco países do oeste africano. Os dados não incluem os casos recentes descobertos após o toque de recolher em Serra Leoa.
Os dados da entidade indicam que a proporção de novos casos nos últimos 21 dias diminuiu, o que sugere que a difusão da doença pode estar desacelerando.
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Comparados com os números anteriores, o estudo indica que 99 novas mortes ocorreram na Libéria desde 17 de setembro. Mas, em Serra Leoa, ocorreram somente poucos casos a mais desde 19 de setembro, além de três novos em Guiné desde 20 de setembro.
“A tendência de crescimento da epidemia continua em Serra Leoa e mais provavelmente na Libéria”, disse a OMS. “No entanto, a situação na Guiné, embora ainda de grave preocupação, parece ter se estabilizado: entre 75 e 100 novos casos confirmados foram relatados em cada uma das últimas cinco semanas.”
Falta de recursos
De acordo com a OMS, faltam 1.550 leitos para tratamento na Libéria e, até o momento, ninguém ainda se comprometeu a oferecer. Em Serra Leoa, apesar dos 297 novos leitos planejados que quase dobrariam a capacidade existente, ainda são necessárias mais 532 camas.
Além disso, a taxa de mortalidade de profissionais de saúde é alta. Uma contagem mostrou que 81 morreram em Serra Leoa entre 83 que contraíram a doença – uma taxa de morte de 72%.
O governo de Serra Leoa colocou três distritos e 12 localidades de quarentena, o que representa 1,2 milhão de pessoas. Este é o maior confinamento no oeste da África desde o surgimento da atual epidemia de ebola.