O Conselho de Segurança da ONU rejeitou, nesta terça-feira (30/12), a resolução apresentada por 22 países árabes e pela Autoridade Palestina pedindo que Israel e Palestina chegassem a um acordo de paz em 12 meses e que resultaria na retirada de Israel dos territórios palestinos ocupados até o final de 2017.
Agência Efe
Para ser aprovada, resolução precisava de nove votos favoráveis e nenhum veto
O organismo tem 15 integrantes, dos quais dois votaram contra e três se abstiveram. Para que a resolução fosse aprovada, eram necessárias ao menos nove aprovações e que nenhum dos cinco países com poder de veto (EUA, China, Rússia, Reino Unido e França) exercesse esse direito.
Estados Unidos, tal como previsto, e Austrália votaram contra a medida. O Reino Unido se absteve, assim como a Lituânia, Nigéria, Coreia e Ruanda. Já Jordânia, Argentina, Chade, Chile, Luxemburgo, China, França e Rússia apoiaram a resolução.
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A embaixadora dos Estados Unidos, Samantha Power, justificou a posição de seu país argumentando que a resolução chegou ao Conselho “sem discussão entre os membros. A medida não era um passo construtivo, não cria um clima de negociação”, afirmou. Ela ressaltou ainda que a proposta contraria os interesses para conseguir que palestinos e israelenses negociem em um diálogo direto.
O representante palestino na ONU, Riyad Mansur, no entanto, lamentou a decisão e criticou o organismo que, segundo ele, está “paralisado” e não consegue “apoiar os esforços mundiais que buscam a paz no Oriente Médio”. Ele acrescentou ainda que o governo palestino irá analisar novas formas para atingir o objetivo. Uma reunião foi marcada para esta quarta-feira (31/12) para discutir a questão.
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Já Israel celebrou a decisão. O vice-ministro do Exterior, Tzaji Hanegbi, afirmou que a medida demonstra que “só se pode conseguir um acordo histórico por meio de negociações diretas sem condições prévias” e pediu que palestinos retomem o diálogo com Israel.
Histórico
Em 26 de setembro deste ano, o líder palestino, Mahmoud Abbas, anunciou, diante da Assembleia Geral da ONU, que pediria ao Conselho de Segurança uma resolução para exigir um prazo para retirada israelense às fronteiras estabelecidas antes da Guerra dos Seis Dias (1967).
Foram realizadas então diversas rodadas de negociações para elaborar a proposta que, após concluída, foi apresentada formalmente pela Jordânia à assembleia. Os EUA, no entanto, já haviam anunciado que não estavam de acordo com os termos.
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O texto final exigia, entre outras coisas, a retirada israelense dos territórios palestinos antes do fim de 2017.
Na última segunda-feira (29/12), os palestinos incluíram mudanças no projeto de resolução pedindo que Jerusalém do Leste, ocupada e anexada por Israel, passasse a ser a capital do Estado palestino e reiteravam o caráter ilegal do muro de separação.
Veja as propostas da resolução, traduzidas pela jornalista Moara Crivelente, do Portal Vermelho:
Palestina – Rascunho de resolução para o Conselho de Segurança
Violência
Na Cisjordânia, colonos israelenses lançaram vários artefatos incendiários na casa de uma família palestina, na noite desta terça-feira (30/12), provocando diversos danos na residência.
O incidente ocorreu em Yatta, no território ocupado da Cisjordânia.
De acordo com testemunhas, foram encontradas inscrições antiárabes em hebraico perto da casa, uma das quais se referia a uma vingança.
Para o prefeito da cidade, Musa Mhamra, tratou-se de um “crime racista cometido por colonos que queriam matar uma família palestina por completo”.