Atualizada às 12h40
O belga de origem marroquina Abdelhamid Abaaoud, apontado como principal suspeito de ser mentor dos ataques de Paris, morreu ontem durante operações da polícia francesa em Saint-Denis, confirmou a Promotoria de Paris nesta quinta-feira (19/11). O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, celebrou o anúncio e o classificou como “cérebro” dos atentados que mataram 129 na capital francesa.
EFE
Foto de arquivo do belga Abdelhamid Abaaoud na Síria
Segundo um comunicado da procuradoria de Paris, Abaaoud foi identificado por meio de comparações de digitais. A princípio, a polícia francesa acreditava que o militante, de 28 anos, estava na Síria, mas as investigações levaram a um edifício em Saint-Denis, onde outras sete pessoas foram detidas.
Após a confirmação, o ministro do Interior, Bernard Cazaneuve, afirmou que Abaaoud era procurado pelas autoridades internacionais após um mandado de prisão emitido pelo governo belga. Cazaneuve ainda esclareceu que a França tinha informação de que ele estava ligado a uma série de planos de ações no país. Nos atentados de Paris, estima-se que o jihadista tenha organizado ao menos quatro de seis ataques e era “ponto chave” na ofensiva.
À CNN, a chefe de Comunicação da Casa Branca, Jen Psakis, afirmou que “as autoridades francesas devem ser aplaudidas” pela operação de ontem no subúrbio.
O jovem teria saído da Bélgica em 2014 para lutar com o Estado Islâmico no país de Bashar al-Assad. Contudo, as autoridades sabiam que ele já havia retornado à Europa ao menos uma vez.
Abaaoud é acusado ter coordenado a onda de atentados reinvidicado pelo Estado Islâmico que assolou a capital francesa, matando 129 pessoas e ferindo mais de 350 na última sexta (13/11). Na ocasião, Paris foi alvo de ao menos seis ataques diferentes em diversos restaurantes, na casa de shows Bataclan e no Stade de France, onde ocorria um amistoso entre França e Alemanha, com a presença de Hollande.
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Na manhã de terça (18/11), a polícia francesa realizou uma grande operação envolvendo mais de 100 homens em Saint-Denis, subúrbio de Paris. A ação acabou com dois mortos — incluindo uma mulher-bomba —, um cão policial morto e sete agentes feridos.
A operação tinha o intuito de encontrar Abaaoud. Desde ontem à noite, o jornal norte-americano The Washington Post já havia apontado para a possibilidade de que belga teria sido o suspeito morto pelos policiais franceses em Saint-Denis.
Operação na Bélgica
As autoridades belgas têm realizado uma investigação conjunta e operações coodernadas com os franceses na busca dos principais nomes envolvidos nos ataques de Paris, já que havia a confirmação de que ao menos dois terroristas viviam no país vizinho.
Na manhã desta quinta, a polícia belga realiza seis operações na capital, Bruxelas, relacionadas a Bilal Hadfi, um dos homens-bomba que detonou os explosivos perto do Stade de France, matando uma pessoa, anunciou a procuradoria federal.
“As operações têm um vínculo direto com Bilal Hadfi”, disse um porta-voz da procuradoria à AFP, antes de informar que acontecem nos bairros de Molenbeek, Jette e Uccle . “É um processo que já existia, depois da viagem de Hadfi para a Síria”, completou.