Quarta-feira, 11 de junho de 2025
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A Polícia Nacional do Haiti usou balas de borracha para dispersar uma grande manifestação da oposição em Porto Príncipe no feriado de comemoração da independência, na última quarta-feira (18/11). Moïse Jean Charles e Steven Benoit, dois candidatos a presidente que haviam convocado a manifestação, foram atingidos pelos disparos: Moïse, no rosto, e Benoit, no braço. Além deles, cerca de 50 manifestantes foram feridos.

Depois de medicados num hospital da capital, os dois deram entrevistas na rádio Kyskeya, uma das de maior audiência no pais, convocando a população a se rebelar e incendiar pneus a partir desta quinta-feira (19/11).

Agência Efe

Manifestante mostra marcas de bala de borracha após repressão a manifestação na capital haitiana

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A manifestação percorreu uma das principais ruas da capital, a Route Delmas, e ocorreu após a rejeição pelo Conselho Eleitoral Provisório das exigências de oito candidatos feitas numa reunião na última segunda-feira (16/11). Eles pediam a criação de uma comissão independente formada por entidades da sociedade civil que revisasse as atas de votação. Na semana anterior, haviam denunciado cerca de 400 fraudes. 

Dois candidatos foram atingidos por disparos; manifestantes pedem que comissão independente reveja atas da eleição de 25 de setembro

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O primeiro turno das eleições no Haiti aconteceu no dia 25 de setembro em um clima de calma. Apenas 25% dos eleitores compareceram às urnas, cerca de 1,5 milhão, dos 5,8 milhões aptos para votar. No primeiro turno das eleições parlamentares, em 9 de agosto, quando apenas 18% do eleitorado votou.   

Na primeira semana de novembro o CEP, anunciou os dois candidatos que passariam ao segundo turno: Jovenel Moise (PHTK), do governo, e Jude Celestin (Lapeh) de centro-direita. No dia seguinte, quatro candidatos deram entrevistas dizendo que haviam sido vencedores, Marise Narcyse (Fanmi Lavalas), Moïse Jean Charles (Petit Dessalines), Erick Jean Baptiste (MAS) e Jean Henri Ceant (Remmen Haiti). Ao mesmo tempo, convocaram manifestações de protestos.

Na semana seguinte, a OEA referendava o processo eleitoral numa nota oficial dizendo que fazia isso baseado nas avaliações de 125 observadores espalhados pelos centros de votação em todo o país.