A Alemanha e outros países europeus decidiram nesta terça-feira (21/12) retomar medidas de restrição de movimento para desacelerar a disseminação da variante ômicron da covid-19, que fez o número de casos explodir no continente.
O chanceler alemão Olaf Scholz anunciou que, a partir de 28 de dezembro, novas regras vão passar a valer no país. Elas limitam o número de pessoas que podem participar de reuniões privadas será a 10, mesmo entre aquelas que já foram vacinadas ou se recuperaram recentemente da covid-19. Crianças de até 14 anos estão isentas.
Scholz afirmou que o país está enfrentando uma grande quinta onda de casos do coronavírus devido a nova cepa, e declarou que a Alemanha pretende entregar mais 30 milhões de doses de reforço até o final de janeiro. “Não vai acabar tão logo quanto esperávamos”, disse.
A regra anterior de permitir que apenas vacinados ou recuperados entrassem em locais públicos, como restaurantes e cinemas, continua valendo. A campanha de vacinação seguirá ativa mesmo durante os feriados de fim de ano.
Suécia aplica restrições mais rígidas
A Suécia, que também passa por um aumento no número de contaminações da covid-19, vai adotar regras mais rígidas no combate à pandemia. Todos os trabalhadores deverão trabalhar em casa quando possível e normas para atingir um maior distanciamento social serão implementadas.
“O ritmo de novas infecções está aumentando rapidamente e estamos vendo mais pressão no sistema de saúde”, disse a primeira-ministra Magdalena Andersson em entrevista coletiva, afirmando ainda que a propagação da ômicron “é preocupante”.
A Agência de Saúde Sueca estima que o pior cenário neste novo contexto da pandemia pode levar a 15 mil novas contaminações em janeiro, um recorde desde o início da disseminação da doença, já que, em ondas anteriores, as infecções diárias chegaram a pouco mais de 11 mil.
Os planos do governo também incluem limitar a 50 pessoas encontros privados e a necessidade de cartão de vacinação em eventos públicos com mais de 500 pessoas.
Portugal fecha bares e casas noturnas
Portugal também vai adotar medidas restritivas contra a nova onda do coronavírus. O governo do país determinou que bares e casas noturnas fechem as portas e pediu às pessoas que trabalhem em suas casas a partir de 26 de dezembro até pelo menos o dia 9 de janeiro.
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Países europeus anunciaram medidas de combate a pandemia para a época do Natal
O primeiro-ministro António Costa também anunciou que um teste de coronavírus com resultado negativo será necessário para ficar em hotéis portugueses e disse que as autoridades vão limitar as reuniões ao ar livre a dez pessoas por grupo na véspera de Ano Novo. As contaminações em Portugal ainda estão abaixo da média da União Europeia, com 433 novos casos por dia por milhão de habitantes. Mas, na semana anterior, esse número era de 386.
França e Reino Unido descartam restrições para o momento
A França, diferentemente de outros países europeus, descarta a necessidade de um bloqueio ou de maiores restrições para conter a covid no momento. O porta-voz do país, Gabriel Attal, afirmou em entrevista à imprensa local que o governo vai monitorar o avanço da pandemia. “Se acharmos que os riscos aumentaram, podemos dar uma nova olhada'', disse, afirmando que “nada está excluído em princípio”.
“A onda que nos espera será alta”, disse Attal à Reuters, acrescentando que a ômicron é responsável por 20% das novas infecções e está se espalhando rapidamente, especialmente na região de Paris.
A França também estuda transformar seu “certificado de saúde” em um “certificado de vacinação”, o que eliminaria a possibilidade de obtenção de um certificado válido apenas por meio do teste negativo para covid-19, sendo necessário para isso a vacinação.
O país registrou 72.832 infecções recentes nesta terça-feira, em comparação com 63.405 na semana anterior.
O Reino Unido vai seguir a mesma linha. O primeiro-ministro britânico Boris Johnson disse que não irá introduzir novas restrições ao contra a covid-19 na Inglaterra antes do Natal, mas ressaltou que a situação continua “extremamente difícil” e que o governo pode precisar agir depois.
“Não achamos hoje que haja evidências suficientes para justificar quaisquer medidas mais duras antes do Natal. Não podemos descartar quaisquer outras medidas após o Natal. Continuamos monitorando a ômicron de perto e, se a situação se agravar, estaremos prontos para agir, se necessário”, declarou o premiê em vídeo publicado no Twitter.
Johnson pediu que as pessoas sejam cautelosas em seus planos para o Natal, mantendo janelas abertas e fazendo testes de covid antes de visitar familiares idosos ou vulneráveis.