Segunda-feira, 7 de julho de 2025
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A Organização Mundial da Saúde pediu aos países ricos, nesta quarta-feira (09/02), a doação urgente de U$S 16 bilhões para financiar seu plano de luta global contra a pandemia de covid-19.   

“A Ciência nos deu as ferramentas para lutar contra a pandemia”, disse o diretor-geral da Organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus. “Se elas forem divididas em nível mundial, de maneira solidária, podemos colocar um fim na epidemia da covid-19 como emergência sanitária ainda neste ano”, declarou, em um comunicado.

“Se os países com maiores recursos investirem sua parte no financiamento do dispositivo ACT-A, esse programa pode ajudar os países mais pobres a superar suas baixas taxas de vacinação contra a covid-19, a falta de testes e de medicamentos”, ressaltou o diretor-geral da Organização. A rápida propagação da variante ômicron ainda torna essa medida mais urgente, acrescentou.

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O programa ACT-A, sigla em inglês que significa “acesso às ferramentas contra a covid-19”, é um dispositivo criado pelas agências sanitárias internacionais que integra o Banco Mundial e a Fundação Bill e Melinda Gates. Coordenado pela OMS, sua função é acelerar a distribuição de vacinas, testes e medicamentos contra a covid-19 para os países mais pobres, e engloba o sistema Covax, que já havia distribuído um bilhão de doses de imunizantes na metade de janeiro.

Diretor da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom, declarou que as ferramentas para lutar contra a pandemia devem ser divididas de maneira 'solidária'

Wikicommons

Tedros Adhanom declarou que as ferramentas para lutar contra a pandemia devem ser divididas de maneira ‘solidária’

Para continuar funcionando, o programa ACT-A requer US$ 23,4 bilhões (cerca de R$ 123) para o período que vai de outubro de 2021 a setembro de 2022, mas apenas U$S 800 milhões (cerca de R$ 4,2 bilhões) foram obtidos até agora. O montante é necessário para “cobrir o déficit” de financiamento imediato. 

O restante deverá ser autofinanciado por países com renda intermediária. Apenas 0,4% dos 4,7 bilhões de testes de depistagem da Covid-19 realizados em todo mundo foram feitos nos países menos desenvolvidos, onde somente 10% da população em média recebeu apenas uma dose da vacina. 

Balanço trágico

Após o surgimento da variante ômicron, meio milhão de mortes por Covid-19 foram registradas no mundo apesar da vacinação, um balanço “mais do que trágico”, lamentou nesta terça-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Quando todos diziam que a ômicron era mais benigna, não percebiam que meio milhão de pessoas morreram desde que a variante foi detectada”, observou o gerente de incidentes da OMS, Abdi Mahamud. “Na era das vacinas eficazes, meio milhão de pessoas morrem, isso é realmente algo mais do que trágico”, acrescentou, durante um encontro promovido pela organização via redes sociais.

Segundo Mahamud, foram registrados 130 milhões de casos e 500 mil mortes no mundo desde que a ômicron foi considerada preocupante pela OMS, no fim de novembro. A Covid-19 já matou 5,75 milhões de pessoas desde dezembro de 2019.