As autoridades suíças estão sendo criticadas por terem flexibilizado o isolamento preventivo ligado a pandemia do novo coronavírus. O país assiste um aumento no número de novos casos de covid-19 e os responsáveis científicos defendem que o fim da quarentena é precipitado.
“O número de casos aumentou 30% nos últimos sete dias”, informou o epidemiologista Matthias Egger, presidente da entidade científica federal dedicada à covid-19. Em uma entrevista divulgada neste domingo (21/06), ele disse claramente que considera “prematuras as medidas que flexibilizam as regras” preventivas.
Ao contrário de seus vizinhos, a Suíça nunca instaurou um confinamento generalizado, mesmo se algumas medidas preventivas haviam sido implementadas. No entanto, na sexta-feira (19/06), o governo anunciou uma quarta fase de flexibilização das restrições em vigor.
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A partir de agora, já estão autorizados eventos que reúnem até mil pessoas. O toque de recolher, que impunha o fechamento de bares e casas noturna a meia-noite, também foi suspenso. Até agora, os frequentadores desses estabelecimentos noturnos tinham que permanecer sentados – o que impedia, por exemplo, o funcionamento das danceterias. Mas essa obrigação também foi abolida.
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Governo da Suíça anunciou uma quarta fase de flexibilização das restrições em vigor
“É claro que existem boas razões econômicas e políticas para essa flexibilização”, insistiu Matthias Egger. No entanto, ele considera que a decisão é “problemática”, já que o sistema de vigilância da epidemia em todo o país ainda não é considerado eficaz.
Egger também defendeu o uso de máscaras de proteção nos transportes e em outros locais onde o distanciamento físico não seria possível. “Com a flexibilização das regras, chegaremos a um ponto onde teremos o adotar o uso desse acessório em grande escala”, disse.
Os suíços foram relativamente poupados pelo novo coronavírus, apesar de sua proximidade com a Itália, que foi o epicentro da pandemia na Europa. A Suíça, como seus 8,5 milhões de habitantes, registrou cerca de 31 mil casos confirmados de covid-19 e 1.679 mortes, segundo os balanços mais recentes.
Como em todos os países europeus, as autoridades temem uma possível segunda onda de contaminação, após terem conseguido interromper o ritmo de propagação do vírus.