A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) informou, nesta quarta-feira (08/12), que a variante ômicron da Covid-19 já foi detectada em seis países das Américas. Em uma entrevista coletiva, a diretora da organização, Clarissa Etienne, pediu que as pessoas se vacinassem e redobrassem os cuidados para evitar novas infecções.
Segundo o balanço da representante da Opas, Argentina, Brasil, Canadá, Chile, México e Estados Unidos relataram casos da nova cepa. Ela alertou que a propagação em outros países é questão de tempo. “A chegada de uma nova variante não significa necessariamente que as coisas vão piorar, mas devemos continuar vigilantes”, explicou.
De acordo com Etienne, a variante delta continua sendo a predominante no mundo. Ela insistiu para que as medidas de prevenção continuem a ser respeitadas, principalmente durante o período de festas no fim de ano, propícios para as reuniões familiares, sem máscara e distanciamento social.
Os casos de covid-19 aumentaram na semana passada no Canadá e em outras regiões do México, como Baja California, bem como no Panamá, Trinidad e Tobago e outras pequenas ilhas do Caribe. Na América do Sul, Bolívia, Peru e Colômbia registram um aumento constante de infecções.
A diretora da organização pediu que os governos se esforcem para acelerar a vacinação na região, onde 20 países ainda não atingiram a meta determinada pela OMS de imunizar 40% da população até o final do ano.
De acordo com a Opas, no ritmo atual, até seis países – Haiti, Jamaica, São Vicente e Granadinas, Guatemala, Santa Lúcia e Granada – não atingirão esse objetivo.
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Além do Brasil, Argentina, Canadá, Chile, México e Estados Unidos também registraram casos da nova variante
“A situação mais preocupante é no Haiti”, afirmou o vice-diretor da Opas, Jarbas Barbosa, lamentando a “baixíssima cobertura vacinal”, que é também resultado da crise política e do terremoto que atingiu este ano este país caribenho, o mais pobre das Américas.
A Opas insistiu que os grupos mais vulneráveis, como idosos, pessoas com comorbidades e povos indígenas, deveriam ser uma prioridade nas campanhas de vacinação para evitar mortes e o impacto nos sistemas de saúde.
Mais contagiosa e menos grave?
Dados preliminares indicam que a ômicron pode reinfectar com mais facilidade pessoas que já tiveram Covid-19 ou foram vacinadas do que as variantes anteriores.
A cepa detectada pela primeira vez pela África do Sul em 24 de novembro parece ser mais contagiosa, mas provocaria sintomas mais leves, afirmou nesta quarta-feira (8) a Organização Mundial da Saúde (OMS).
“Os dados preliminares da África do Sul sugerem um risco maior de reinfecção pela ômicron, mas são necessários mais informações para tirar conclusões mais consistentes”, declarou o chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante um encontro com a imprensa em Genebra. “Também há indícios que sugerem que a ômicron provoca sintomas menos graves do que a delta, mas ainda é cedo demais para termos certeza”, acrescentou.
Os laboratórios Pfizer e BioNTech confirmaram a eficácia de sua vacina atual contra a variante ômicron após três doses, e informaram que vão continuar trabalhando na “preparação de uma vacina específica” contra essa variante, com a esperança de que o imunizante “esteja disponível em março, se for necessária uma adaptação”.