Quinta-feira, 10 de julho de 2025
APOIE
Menu

Com o avanço da variante ômicron do coronavírus pela Europa, novas restrições de última hora são anunciadas pelos países para as festas de Ano-Novo. Os governos tentam encontrar um equilíbrio entre saúde pública e crescimento econômico.

Na França, 208.000 novos casos de covid-19 foram registrados nas últimas 24 horas, um novo recorde de contaminações. A região parisiense antecipou a volta da obrigatoriedade do uso de máscaras ao ar livre, prevista para o dia 3 de janeiro, já para esta sexta-feira (31/12).

As casas noturnas ficarão fechadas na noite de réveillon e até o fim de janeiro. Na capital, bebidas alcoólicas não poderão ser vendidas nos bares depois das 2 horas da manhã do primeiro dia do ano.

Receba em primeira mão as notícias e análises de Opera Mundi no seu WhatsApp!
Inscreva-se

As medidas visam enfrentar o “tsunami” que representa a atual onda de contaminações, conforme descreveu o ministro francês da Saúde, Olivier Véran. Um milhão de franceses estão contaminados atualmente e 10% da população teve contato recente com algum caso positivo da doença, disse o ministro na Assembleia Nacional, em meio aos debates parlamentares sobre a adoção de um passaporte vacinal no país.

A vacinação das pessoas que ainda não se imunizaram contra a covid-19 é uma “urgência”, advertiu Véran. 

O governo francês não se manifestou imediatamente sobre a quarentena, mas ordenou que as empresas impusessem pelo menos três dias de trabalho remoto por semana aos funcionários.

Busca por equilíbrio

A Espanha também é vítima de um número de contágios sem precedentes: 100.760 novos casos nas últimas 24 horas. O recorde anterior era de meados de janeiro, quando havia cerca de 40.000 casos diários. O governo acaba de impor uma redução de público em recintos esportivos. Na segunda-feira, foi anunciada a redução da quarentena de dez para sete dias para pessoas infectadas, a fim de encontrar um equilíbrio entre “saúde pública” e “crescimento econômico”, como declarou o presidente Pedro Sánchez.

O governo italiano vai ampliar a vigência do passaporte de vacinação para transportes públicos, hotéis, áreas externas, congressos, piscinas e academias. A medida entrará em vigor no dia 10 de janeiro. Até agora, para viajar de trem e avião bastava a apresentação de um passaporte sanitário “básico”, que poderia ser obtido com um teste negativo.

Já o passaporte vacinal, chamado na Itália de “passaporte sanitário reforçado”, só pode ser obtido com o esquema de vacinação completo, ou se a pessoa tiver se curado da covid-19. O governo também decidiu suprimir a quarentena de 10 dias para vacinados ou curados de covid que tiveram contato com algum caso positivo. Já os não vacinados terão de seguir cumprindo os 10 dias.

Novas restrições de última hora foram anunciadas para conter os casos; 'risco global relacionado com a nova variante permanece elevado', alertou a OMS

Fotos Públicas/ ONU / Jean Marc Ferré

Com 935.863 novos casos por dia em média na última semana, o vírus circula a uma velocidade sem precedentes

Nesta quarta-feira, a Itália registrou 98.020 novos contágios de covid e contabilizava mais de 600.000 casos ativos da doença.

Na Bélgica, o governo anunciou que estava revertendo sua decisão de fechar teatros, cinemas e salas de espetáculo, após a medida ser anulada pelos tribunais na terça-feira e depois de ser alvo de fortes protestos na capital.

No Reino Unido, foram registrados mais de 183.000 casos novos e mais de 10.000 pessoas estão hospitalizadas por covid-19, um recorde desde março. Mas o governo de Boris Johnson decidiu não impor novas restrições até o final do ano.

Neste momento, o país do mundo com mais casos novos em relação à sua população é a Dinamarca: superou nesta quarta-feira seu recorde absoluto ao registrar 23.228 novas infecções.

Covid no mundo

A pandemia de covid-19 provocou mais de 5,4 milhões de mortes no mundo desde dezembro de 2019, segundo um balanço da AFP com base em fontes oficiais. A OMS acredita, no entanto, que o número real pode ser entre duas e três vezes superior a este total.

O “tsunami” de contágios pela variante ômicron da covid-19 nos últimos sete dias aumenta a pressão sobre os sistemas de saúde, que estão “à beira do colapso”, alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quarta-feira (29/12).

O diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, voltou a soar o alarme: “Estou extremamente preocupado que a ômicron, sendo mais transmissível e circulando ao mesmo tempo que a delta, esteja causando um tsunami de casos. Isso está se configurando e vai continuar colocando imensa pressão sobre os profissionais de saúde e os sistemas de saúde estão à beira do colapso”, disse ele em entrevista coletiva.

Com 935.863 novos casos por dia em média na última semana, o vírus circula, atualmente, a uma velocidade sem precedentes.

O número é consideravelmente maior que o recorde anterior, registrado entre 23 e 29 de abril, com 817.000 casos diários em média, e representa uma alta de 37% na comparação com a semana antecedente.

“O risco global relacionado com a nova variante de preocupação ômicron permanece muito elevado”, alertou a OMS em seu relatório epidemiológico semanal.