O ministro das Relações Exteriores da Itália, Angelino Alfano, afirmou nesta quinta-feira (05/10) que a Itália está trabalhando com o governo brasileiro para conseguir a extradição do ex-ativista italiano Cesare Battisti, que foi detido nesta quarta-feira (04/10) pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) perto da fronteira com a Bolívia.
Alfano explicou em uma mensagem no Twitter que se reuniu com o embaixador italiano no Brasil, Antonio Bernardini, para estudar o que fazer para conseguir a extradição de Battisti, que vive como refugiado político no país desde 2010.
“Continuamos o trabalho iniciado com as autoridades brasileiras”, acrescentou o ministro italiano.
Battisti disse à Polícia Federal (PF) que “não receia ser extraditado para a Itália” porque se sente “protegido” pelo decreto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que “lhe concedeu visto permanente”. Ele também contou que tinha viajado apenas para “pescar” e comprar “roupas de couro” no país vizinho.
A Polícia Federal deteve Battisti ontem na fronteira com a Bolívia quando ele tentava entrar neste país em um táxi boliviano, no qual viajavam outros dois passageiros.
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Battisti, de 62 anos, foi integrante do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), um braço das Brigadas Vermelhas, e foi condenado à revelia em 1993 à prisão perpétua por um tribunal italiano pelos assassinatos de dois policiais, um joalheiro e um açougueiro entre 1977 e 1979, nos chamados “anos de chumbo” na Itália.
Agência Efe
Battisti foi preso por evasão de divisas na fronteira com a Bolívia
Em 2004, Battisti fugiu para a França e, quando o governo francês se dispôs a revogar sua condição de refugiado político, o italiano se refugiou no Brasil, onde permaneceu escondido durante três anos.
Battisti foi detido em março de 2007 no Rio de Janeiro em uma operação conjunta de agentes de Brasil, Itália e França. Após a prisão, as autoridades italianas pediram sua extradição.
O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a extradição do italiano em 2009 em uma decisão não vinculativa, que deixou a palavra final nas mãos do chefe de Estado na época, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que a rejeitou em 31 de dezembro de 2010, o último dia de seu mandato.
*Com informações da EFE e ANSA.