O presidente eleito dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden, venceu a eleição no país com 306 delegados no Colégio Eleitoral contra 232 do atual presidente, o republicano Donald Trump. Este é o mesmo placar que, invertido, deu a vitória a Trump contra Hillary Clinton em 2016.
A confirmação do resultado só foi possível com a definição de dois Estados que ainda não haviam sido projetados pela imprensa norte-americana: Geórgia – que Biden levou – e a Carolina do Norte – vencida por Trump.
É a primeira vez desde Bill Clinton, em 1992, que um democrata ganha na Geórgia. Neste ano, a vitória de Biden pode ser creditada à onda democrata nos subúrbios das maiores cidades do Estado (Atlanta e Savannah), que deram vantagem apertada ao presidente eleito. Por conta da diferença reduzida entre os dois, haverá recontagem no Estado, mas ela não deve alterar o resultado final.
A vitória de Biden só aconteceu por que, além da Geórgia, o democrata conseguiu virar Estados que votaram em Trump em 2016: Pensilvânia, Michigan, Wisconsin e Arizona.
Agora, o Colégio Eleitoral se reúne em dezembro para a “eleição de verdade”: cada delegado vota no candidato que venceu o pleito no seu Estado. Alguns Estados impedem que os delegados votem em outro candidato, mas, em tese, o delegado pode votar em quem quiser.
Colégio Eleitoral
Em 2016, apesar de a eleição ter terminado com este placar, o resultado definitivo – após a votação no Colégio Eleitoral – foi diferente, pois alguns dos delegados votaram em outros candidatos. Quando isso acontece, o delegado passa a ser chamado de faithless elector – “eleitor sem fé”.
Oficialmente, o resultado final tabulado em 2016 foi de 304 para Trump contra 227 para Hillary. Os “eleitores sem fé” deram um voto para Bernie Sanders, um para John Kasich, outro para Ron Paul, três para Collin Powell e um para a ativista Faith Spotted Eagle.
Batalha legal
Trump tem tentado uma batalha legal para tentar reverter sua derrota, uma possibilidade que analistas julgam ser bastante remota. Apenas um dos ao menos 15 processos que o republicano impetrou nos Estados que Biden “virou” foi aceito -e, mesmo assim, a decisão só confirmou o método de apuração que o Estado (no caso, a Pensilvânia) já estava fazendo.
O republicano também tem se recusado a participar da transição, ainda mais porque não reconheceu oficialmente sua derrota. Até o momento, Biden não teve acesso a relatórios confidenciais aos quais teria direito por ser presidente eleito – já que a Casa Branca não iniciou formalmente o processo de transferência de poder.