O candidato do partido de esquerda França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon, aparece com 13% das intenções de voto para as eleições presidenciais francesas, que acontecem entre os dias 10 e 24 de abril, segundo pesquisa do Instituto Cluster 17, divulgada nesta terça-feira (01/02). Este número coloca o presidenciável em empate técnico, no limite da margem de erro, com os que disputam a segunda colocação.
Sondage #Presidentielle2022 – Cluster17 & Marianne
➖ #Macron (22,5%/+0,5) en tête
➖ #LePen (14,5%/-0,5) & #Zemmour (14,5%/+0,5) qualifiable au 2nd tour
➖ #Pécresse (14%) suit de près, devant #Mélenchon (13%) pic.twitter.com/MGxCTeahsf— Cluster17 (@Cluster_17) February 1, 2022
O levantamento, feito em parceria com a revista francesa Marianne, aponta que o atual presidente do país, o direitista Emmanuel Macron tem 22,05% das intenções de voto, seguido pelos candidatos de extrema-direita Eric Zemmour (Reconquista) e Marine Le Pen (Reagrupamento Nacional), ambos com 14,5%.
Em terceiro lugar, aparece Valérie Pécresse (Republicanos), com 14% das intenções, seguido de Mélenchon, com 13%. Anne Hildago, prefeita de Paris e filiada ao Partido Socialista, aparece com 2% das intenções de voto, ao lado de Fabien Roussel, do Partido Comunista da França, também com 2%.
Os dados foram obtidos entre os dias 25 e 29 de janeiro, e e foram entrevistadas 1.997 pessoas. O intervalo de confiança do levantamento é de 95% (ou seja, a cada 100 pesquisas, 95 vão mostrar o mesmo resultado) e, neste intervalo, a margem de erro é de 1 ponto percentual para mais ou para menos. O levantamento foi feito de maneira online.
Outras pesquisas
Esta é a pesquisa, no entanto, em que Mélenchon mais se aproxima dos candidatos Zemmour, Le Pen, Pécresse e mesmo Macron. Os outros levantamentos de intenção de votos conduzidos em janeiro colocam o candidato da França Insubmissa com 8% a 12,5% das intenções de voto, ao passo em que suas oponentes dos partidos Republicanos e Reagrupamento Nacional têm uma considerável margem de vantagem.
Jean-Luc Mélenchon/Twitter
Jean-Luc Mélenchon tem 13% das intenções de voto, atr´ás de Zemmour e Le Pen, com 14,5%, e Pecresse, com 14%
Para efetivamente garantir a participação na disputa presidencial, a lei francesa indica que os candidatos precisam conquistar 500 assinaturas de um dos 42 mil parlamentares ou representantes locais eleitos, de ao menos 30 departamentos franceses, não podendo ultrapassar 50 signatários de um mesmo departamento.
As assinaturas são encaminhadas ao Conselho Constitucional – órgão responsável por garantir a aplicação da Constituição do país – pelos correios, e as listas de cada candidato são atualizadas às terças e quintas-feiras à noite.
O que pode ser uma tarefa formal para alguns candidatos, para outros, como é o caso do próprio Mélenchon, pode ser mais difícil. No início de janeiro ele chegou a declarar que tinha apenas 400 promessas de assinaturas. “Não é suficiente”, reconheceu na ocasião.
Não é a primeira vez que o esquerdista disputa uma eleição presidencial, mas nas outras duas tentativas, ele contou com o apoio da aliança com o PCF, que agora apresenta Roussel como candidato próprio. Nas eleições de 2017, que elegeu Macron presidente, Mélenchon ficou em quarto colocado, com 19,58% dos votos, repetindo sua colocação no pleito de 2012, em que obteve 11,1%.
“Em ascensão e ainda liderando a esquerda, Jean-Luc Mélenchon está a apenas dois pontos do segundo turno das eleições presidenciais de 2022”, disse o partido do candidato em nota, afirmando ainda que o candidato “nunca esteve tão perto” de chegar em segundo lugar no pleito. “Desde sua declaração de candidatura em novembro de 2020, ele sempre foi o grande favorito da esquerda”, destacou a sigla.