O primeiro show da cantora norte-americana Taylor Swift em Buenos Aires na noite desta quinta-feira (10/11) foi palco de slogans dos fãs da artista contra o candidato de extrema direita à presidência da Argentina, Javier Milei.
Entre os inúmeros cartazes que foram erguidos nos arredores do estádio Monumental de Núñez, conhecido também como estádio River Plate, vários indicavam que os “Swifties”, como são chamados os fãs da cantora, “não votam em Milei“, acompanhados de uma hashtag “Milei is Trump” (Milei é Trump, em tradução).
Alguns espectadores do show fizeram cartazes fazendo paráfrases de músicas da cantora com a atual campanha eleitoral na Argentina. A canção We Are Never Ever Getting Back Toghether (Nós Nunca Jamais Voltaremos a Ficar Juntos, em tradução) virou “We Are Never Ever Getting Back to Menem”, em referência ao ex-presidente neoliberal Carlos Menem (1989-1999).
Swifties ???? la patria pic.twitter.com/Cd2awabABz
— Cami (@Ccamigodoy) November 9, 2023
Outra frase cantada pela artista é “Who’s Taylor Swift anyway? Ew” (De qualquer maneira, quem é Taylor Swift?, em tradução) em ironia às críticas que sofria no início de sua carreira. Neste caso, o alvo foi o ultraliberal com “Who’s Javier Milei anyway? Ew”.
Outra atividade do show é a troca de pulseiras feitas pelos fãs, com frases escritas. Nessa dinâmica, pulseiras com a sigla “UxP 2023” e cores azul claro e branco, fazendo alusão à coalizão peronista União Pela, pátria foram registradas.
Javier Milei, que obteve 30,2% dos votos no primeiro turno em outubro, já afirmou ser um grande admirador do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, enquanto a artista já fez diversos posicionamentos públicos contra o ex-presidente e outros representantes republicanos.
Corta/Twitter
Cartaz utilizado em show da Taylor Swift em Buenos Aires, com dizeres "Swiftie [fã da cantora] não vota em Milei"
O primeiro deles foi no documentário Miss Americana (2020), uma das produções audiovisuais sobre a carreira de Swift. “Minha equipe não está feliz comigo no momento porque nos últimos meses só falei sobre a eleição no Tenessee [em 2018]. Não é que eu queira entrar nisso, mas sim que não posso não entrar”, declarou a cantora.
A norte-americana insistiu em seu envolvimento com a política, mesmo sua equipe e família sendo contrários, afirmando que “não se importava” caso a imprensa escrevesse que ela era contra Trump.
No filme, a artista também discursa contra a senadora republicana do Tenessee (onde a artistas cresceu), Marsha Blackburn. “Ela vota contra o pagamento justo para as mulheres, contra a reautorização da Lei da Violência Contra as Mulheres, que basicamente nos protege de abusos domésticos e perseguição!”, instou a cantora referindo-se a ela mesma, que já foi vítimas de perseguições.
“Ela acha que se um casal gay, ou mesmo se você se parecer com um casal gay, você deve ser expulso de um restaurante. Não posso ver ela escondendo isso atrás das palavras ‘valores cristãos do Tenessese’. Esses não são nossos valores”, completou.
“Lamento não ter feito isso há dois anos ´[quando o Trump ganhou as eleições em 2016], mas não posso mudar isso. Eu preciso estar do lado certo da história”, reiterou.
Taylor Swift ainda se apresenta em Buenos Aires no estádio do River Plate na noite desta sexta-feira (10/11) e sábado (11/11) com sua turnê “The Eras”.
(*) Com Ansa