A visita do presidente Emmanuel Macron a Tel Aviv, nesta terça-feira (24/10) foi marcada por um discurso eloquente do premiê israelense Benjamin Netanyahu, no qual tratou de convencer o visitante sobre as razões de seu país ao promover uma nova ofensiva militar contra os territórios palestinos atribuindo ao movimento islamista Hamas o título de “novos nazistas”.
Na verdade, essa definição já havia sido feito uma semana antes pelo chanceler alemão Olaf Scholz, quando este visitou Israel no dia 17 de outubro. O próprio Netanyahu reconheceu que sua frase reproduz o conceito lançado pelo líder germânico.
“O chanceler Scholz, que visitou Israel, disse que o Hamas é o novo nazismo. E tal como na Segunda Guerra Mundial, quando os Aliados apoiaram totalmente a Resistência Francesa anti-nazista, hoje a comunidade internacional deve se unir em apoio a Israel”, afirmou o primeiro-ministro.
No encontro, Netanyahu insistiu no argumento, já usado em pronunciamentos anteriores, de que a ofensiva militar israelense contra os territórios palestinos se trata de uma guerra de “civilização contra barbárie”, além de outra comparação também muito utilizada, associando o Hamas ao grupo terrorista Estado Islâmico (Isis, por sua sigla em inglês).
Ponto de vista palestino
Ambas as definições, contudo, são utilizadas, normalmente, para rebater acusações sobre possíveis excessos ou crimes de guerra cometidos pelas Forças de Defesa de Israel (IDF, por sua sigla em inglês) durante a sua ofensiva, algumas das quais têm sido classificadas por organismos internacionais – como Human Rights Watch e Anistia Internacional – como violações aos direitos humanos da população civil palestina em Gaza.
Governo da França
Macron e Netanyahu tiveram uma reunião nesta terça-feira (24/10) em Tel Aviv
Até esta segunda-feira (23/10), o Ministério da Saúde da Autoridade Palestina havia registrado cerca de 5,1 mil mortes produzidas em Gaza em função dos ataques israelenses. Ao menos 2 mil dessas vítimas seriam crianças, segundo esta mesma fonte.
Ponto de vista de Macron
Por sua parte, o presidente francês Emmanuel Macron afirmou que sua visita a Tel Aviv tem como objetivo reforçar o apoio do seu país a Israel, como posição prioritária, mas também defender normas de proteção aos direitos humanos dos civis palestinos e negociar a libertação de reféns sequestrados pelo Hamas.
O mandatário europeu aproveitou para recordar as mortes de cidadãos franceses durante o ataque do Hamas no dia 7 de outubro – muitos dos quais participavam de uma rave que se realizava a poucos quilômetros da Faixa de Gaza.
“Venho para manifestar a solidariedade francesa para com o povo israelense, ao qual estamos ligados pelo luto, já que 30 dos nossos compatriotas franceses foram assassinados no dia 7 de outubro, outros nove ainda estão desaparecidos ou são mantidos como reféns”, relatou Macron.
Com informações de The Times of Israel e Haaretz.