Apesar do apelo internacional, mais uma vez o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, voltou a rejeitar qualquer pedido de cessar-fogo contra o Hamas.
“Os Estados Unidos não concordaram com um cessar-fogo após o Pearl Harbor ou o 11 de setembro, por isso nós tampouco estamos dispostos a aceitar após o 7 de outubro“, defendeu o premiê, traçando um paralelo histórico entre Israel e os norte-americanos, em referência ao ataque do Japão, em 1941, e ao atentado da Al-Qaeda, em 2001.
A afirmação foi feita nesta segunda-feira (30/10), durante uma coletiva de imprensa em Tel Aviv. O líder ainda acrescentou que Israel não concorda com a “cessação de hostilidades” contra o grupo palestino na Faixa de Gaza, reforçando seus planos para eliminar o grupo, assim como o embaixador israelense deixou claro na última quinta-feira (26/10), durante a sessão da Assembleia-Geral das Nações Unidas.
De acordo com o jornal Al Jazeera, o primeiro-ministro israelense justificou que todas as guerras têm vítimas civis não intencionais e que o ataque a Gaza, controlado pelo Hamas, foi uma batalha entre “civilização e barbárie”, apelando aos aliados para apoiarem Israel.
Durante a conferência, o ministro da Defesa de Netanyahu, Yoav Gallant, e o ministro dos Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, também defenderam a conduta do Exército israelense no conflito.
Twitter/Benjamin Netanyahu
Primeiro-ministro de Israel diz que não vai parar cessar-fogo até "eliminar o Hamas"
Gallant disse que o Hamas tem apenas “duas opções”: “morrer lutando ou se render sem quaisquer condições”, reforçando que garantirá que a “organização não esteja mais lá” por meio da operação militar terrestre na Faixa de Gaza.
As declarações ocorrem no momento em que Israel continua a atacar várias partes do enclave, apesar dos apelos generalizados para um cessar-fogo imediato.
Com o início das invasões por terra no fim de semana, em menos de 24 horas, as Forças Armadas israelenses chegaram a atingir mais de 600 alvos na Faixa de Gaza.
Na manhã desta segunda-feira (30/10), o número de civis mortos em Gaza já ultrapassava 8.306, de acordo com o Ministério de Saúde local, enquanto o número de mortes em Israel se mantinha por 1.400, segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).
Nesse contexto, Netanyahu afirma que o combate é por “um futuro de esperança” para não se render à “tirania e ao terror” do Hamas. “Eles fazem parte de um eixo do mal que o Irã formou, um eixo do terror”, classificando-os como “os inimigos da civilização”.