A troca de reféns entre Israel e Hamas em um possível acordo de trégua humanitária, com duração de 30 dias, é tida como uma possibilidade para ambas as partes. No entanto, mesmo com as recentes negociações, o plano não tem avançado uma vez que os dois lados apresentam divergências em relação à garantia do tratado.
Estas informações foram passadas por fontes locais à agência de notícias Reuters. O veículo divulgou nesta quarta-feira (24/01) que a mediação liderada por Catar, Estados Unidos e Egito tem concentrado suas discussões envolvendo a questão das regras da pausa humanitária.
A princípio, a ideia seria libertar as diferentes categorias de reféns israelenses, começando pelos civis e, por fim, os soldados. Em troca, Israel deveria libertar os palestinos, facilitar a ajuda humanitária na Faixa de Gaza e acabar com as hostilidades.
De acordo com fontes ouvidas pela Reuters, em 28 de dezembro, as autoridades mediadoras reduziram a duração inicial de uma trégua humanitária, na qual o Hamas propôs que durasse meses, para cerca de 30 dias.
Desde então, o grupo de resistência palestina teria recusado a dar continuidade aos planos até que as futuras condições de um cessar-fogo permanente fossem, de fato, garantidas.
Segundo uma fonte palestina próxima às negociações, embora Israel procure negociar “uma fase de cada vez”, o Hamas está atrás de “um pacote de acordo” que estabeleça um cessar-fogo permanente antes mesmo da libertação dos reféns, durante a fase inicial do tratado.
Twitter/State of Palestine – MFA
Hamas pede garantia de ‘cessar-fogo permanente’ para avançar acordo de trégua de 30 dias
Na terça-feira (23/01), um porta-voz da Casa Branca informou que Brett McGurk, enviado norte-americano para o Oriente Médio, estava tratando das negociações e confirmou que Washington “apoiaria uma pausa humanitária mais longa”.
Já as fontes egípcias afirmaram que a mediação estava trabalhando para convencer o Hamas a aceitar a trégua de um mês, seguida de um cessar-fogo permanente. No entanto, o grupo insiste em solicitar a garantia de que a segunda fase do acordo seja concretizada.
Nesse contexto, uma das condições que foram apresentadas por Israel, como “garantia” desse tratado, foi a “remoção de seis líderes experientes de Gaza”, de acordo com um alto funcionário do Hamas ouvido pela Reuters. A proposta foi “absolutamente” rejeitada pelo grupo.
Mesmo com a morte de quase 26 mil palestinos e uma crescente pressão norte-americana, a insistência do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em querer “eliminar o Hamas” tem sido um dos impeditivos para o avanço do acordo. Mais uma vez, o premiê declarou, nesta mesma semana, que apenas “a vitória total” sobre o grupo palestino daria fim às hostilidades em Gaza.