O Ministério da Defesa de Israel revelou ter registrado uma marca histórica na venda de armas nacionais em 2023, enquanto suas tropas militares seguem sendo abastecidas pela indústria bélica norte-americana para continuar a guerra contra os palestinos, em Gaza.
Por meio de um relatório divulgado nesta segunda-feira (17/06), o Departamento de Exportações de Defesa vinculado à pasta mostrou que, com as exportações, o Estado de Israel conseguiu arrecadar um total de US$ 13,1 bilhões no ano passado, o que representa um aumento de US$ 500 milhões em relação a 2022, e o dobro quando comparado a cinco anos atrás.
Cerca de 36% dos acordos de exportação de armas em 2023 estavam relacionados a sistemas de defesa aérea, mísseis e foguetes, tendo como um dos maiores parceiros de contrato a Alemanha, que assinou um acordo para comprar um dispositivo de longo alcance, o Arrow 3, por cerca de US$ 4 bilhões.
Cerca de metade das vendas, 48%, foi destinada à região da Ásia e Pacífico, enquanto a Europa respondeu por 35%, e a América do Norte, por 9%.
“Embora nossas indústrias estejam focadas principalmente em fornecer ao estabelecimento de defesa as capacidades para apoiar nossas tropas e defender nossos cidadãos, elas também continuam buscando áreas de cooperação e exportações para parceiros internacionais”, disse o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, em um comunicado.
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Em 2023, cerca de 36% dos acordos de exportação de armas israelenses estavam relacionados a sistemas de defesa aérea, mísseis e foguetes, tendo como um dos maiores parceiros de contrato a Alemanha
Outras exportações significativas foram radares e sistemas de guerra eletrônica, que corresponderam a 11%; equipamentos de fogo e lançamento, 11%; drones e aviônicos, 9%; e munições e armamentos, 8%.
Os números foram divulgados após diversos países declararem boicote ou suspenderem a compra de armamentos provenientes de Israel, tratando-se de uma medida condenatória à destruição em Gaza e à morte de dezenas de milhares de palestinos no enclave.
Um dos exemplos é o governo da Colômbia, que anunciou a suspensão de compras depois que o presidente Gustavo Petro nomeou as ações de Tel Aviv de genocídio.
Em maio, um tribunal francês proibiu empresas israelenses de participarem de uma das maiores exposições da indústria de defesa no país, argumentando que a medida correspondia à objeção de Paris à ofensiva militar em Rafah, no sul de Gaza, região considerada o “abrigo humanitário” para grande parte dos palestinos deslocados em decorrência dos bombardeios de Israel.