Apesar da aprovação da resolução do Conselho das Nações Unidas (ONU) que pede cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, as operações militares de Israel continuam em curso. Pelo menos três pessoas morreram e várias ficaram feridas em decorrência dos bombardeios israelenses lançados durante a madrugada desta quarta-feira (27/03) nos bairros residenciais de Khirbet al-Adas e al-Shaout, na cidade de Rafah, no sul do enclave.
As informações são da agência estatal de notícias palestina Wafa, que acrescentou que as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) também invadiram o Complexo Médico Nasser, na cidade de Khan Younis, também localizada no sul do enclave, onde prenderam funcionários e deslocaram civis que se encontravam abrigados no local. Ainda nessa mesma região, um outro ataque aéreo contra tendas na área de al-Mawasi resultou na morte de ao menos 12 pessoas, incluindo crianças.
A emissora catari Al Jazeera também relatou que, pela segunda semana, as forças israelenses continuam sua incursão pelo Hospital al-Shifa, o maior centro médico de Gaza. O veículo detalhou que, enquanto os homens são presos, as mulheres são forçadas a se deslocarem para o sul do enclave.
A ofensiva de Israel ignora o Conselho de Segurança da ONU, que aprovou uma resolução que pede cessar-fogo imediato e duradouro em Gaza. Na segunda-feira (25/03), o projeto obteve 14 votos favoráveis e uma abstenção dos Estados Unidos, nação com poder de veto, o que possibilitou que o texto avançasse.
Vale ressaltar que Rafah, considerado o “último abrigo humanitário” para mais de 1.5 milhão de palestinos, entre os quais centenas de milhares são refugiados, foi atacado por Tel Aviv nesta quarta-feira mesmo após o apelo feito pela comunidade internacional durante as últimas semanas, incluindo as próprias autoridades norte-americanas.
No último fim de semana, o secretário-geral da ONU, António Guterres, realizou uma viagem ao enclave e, de lá, alertou que uma possível invasão a Rafah seria uma “catástrofe humanitária”.
O Ministério da Saúde de Gaza informou que, no momento, o número de palestinos mortos em decorrência das operações israelenses subiu para 32.490 — nas últimas 24 horas, 76 perderam a vida — enquanto cerca de 75 mil estão feridos.