“Acontece” foi o comentário do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, sobre o ataque de seu exército que matou sete funcionários da ONG World Central Kitchen na Faixa de Gaza, nesta terça-feira (02/04).
De acordo com o mandatário israelense que ordenou a ofensiva israelense em Gaza, responsável pela morte de 32,8 mil palestinos, “isso acontece na guerra”.
“Foi um caso trágico no qual nossas forças atingiram sem intenção pessoas inocentes na Faixa de Gaza”, declarou o premiê após receber alta do hospital onde foi submetido a uma cirurgia de hérnia.
Netanyahu também prometeu a abertura de uma investigação, além de informar que sua administração “está em contato com os governos envolvidos” e que Israel “fará de tudo para assegurar que isso não aconteça mais”.
Apesar da promessa de esforço do premiê, essa não é a primeira vez que o exército israelense ataca inocentes, voluntários ou funcionários de ONGs na Faixa de Gaza.
Segundo a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA), 150 funcionários da ONU já foram mortos desde o início do conflito, em outubro.
Já no início de março, cerca de 112 pessoas morreram após ataques do Exército israelense durante a distribuição de alimentos em Gaza. E durante a invasão no Al-Shifa, maior hospital de Gaza, o grupo palestino Hamas apontou que os “90 terroristas” mortos pela operação eram, na verdade, pacientes e refugiados.
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Netanyahu justificou ataque, afirmando que “isso acontece em guerra”
Ataque a ONG de ajuda humanitária
A organização norte-americana World Central Kitchen (WCK), fundada pelo chef José Andrés, distribuía ajuda humanitária para civis no enclave palestino quando foi atingida por bombardeios de Israel.
Segundo a entidade, dois veículos blindados e com o logo da WCK foram bombardeados logo após deixar um galpão em Deir al-Balah, no centro da Faixa de Gaza, onde a ONG havia descarregado mais de 100 toneladas de alimentos que chegaram em Gaza por via marítima. Todos os deslocamentos tinham sido coordenados anteriormente com o exército israelense.
A ação forçou a entidade a suspender suas atividades na região e provocou críticas e cobranças de investigação por parte da comunidade internacional.
“A World Central Kitchen está chocada por confirmar que sete membros da nossa equipe foram assassinados em Gaza em um ataque das Forças de Defesa de Israel”, diz um comunicado da ONG, acrescentando que as vítimas são da Austrália, da Polônia e do Reino Unido, além de um cidadão canadense-americano e de um palestino.
(*) Com Ansa