Uma mãe e uma filha cristãs estavam dentro da Paróquia da Sagrada Família, na Faixa de Gaza, quando, por volta do meio-dia, foram assassinadas por um atirador das Forças de Defesa de Israel.
Desde 7 de outubro, quando a guerra começou a tomar proporções maiores, a igreja tem funcionado como um local de abrigo para a maioria das famílias religiosas. Atualmente, mais de 600 pessoas estão abrigadas no local, incluindo a maior parte da pequena minoria cristã da cidade.
Nahida e sua filha Samar foram atingidas por tiros enquanto caminhavam para o Convento das Irmãs. Uma tentou carregar e levar a outra para um espaço seguro, mas ambas acabaram não resistindo aos ferimentos.
Segundo o comunicado emitido neste sábado (16/12) pelo Patriarcado Latino de Jerusalém (LPJ), uma instituição católica que abrange a cidade de Jerusalém e os territórios palestinos, incluindo a Faixa de Gaza, outras sete pessoas também foram baleadas e feridas enquanto tentavam proteger os refugiados dentro do complexo da igreja.
Mesmo sem nenhum beligerante, os ataques por parte dos israelenses foram intensos, denunciados e classificados pelo LPJ como ações executadas “a sangue frio”, sem nenhum tipo de aviso ou notificação.
Twitter/Vatican News
Patriarca latino de Jerusalém acusa exército de Israel de matar mulheres em igreja, na Faixa de Gaza
Nesta mesma manhã (16/12), um tanque das Forças de Defesa de Israel disparou um foguete contra o Convento das Irmãs de Madre Teresa (Missionárias da Caridade). O local acolhe mais de 54 pessoas com deficiência e faz parte do complexo da igreja, que foi devidamente sinalizado como local de culto desde a intensificação dos ataques comandados por Tel Aviv.
O gerador do prédio, sendo este a única fonte de eletricidade da estrutura, e os recursos de combustível foram completamente destruídos. Por consequência, uma explosão resultante do ataque acabou danificando toda a casa e causou um grande incêndio.
Outros dois foguetes, também lançados por um tanque do exército, atingiram novamente o edifício, deixando a casa completamente inabitável. As 54 pessoas com deficiência perderam, portanto, seu abrigo e estão agora deslocadas, sem acesso aos respiradores que algumas delas precisam para sobreviver.
O LPJ acrescentou ainda que, na noite anterior, três pessoas haviam sido atingidas dentro do mesmo complexo da igreja. Foram destruídos painéis solares e caixas d’água, recursos que estão em falta e que são indispensáveis para a sobrevivência da comunidade.