Após a suspensão do fornecimento de gás natural para Bulgária e Polônia pela empresa russa Gazprom nesta quarta-feira (27/04), a União Europeia afirmou que irá fornecer o abastecimento para os países vizinhos do bloco. 

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, garantiu que o bloco está “preparado para esse cenário”. 

“Estamos traçando nossa resposta coordenada na UE. Os europeus podem confiar que estamos unidos e somos solidários com os Estados-membros atingidos”, afirmou a representante por meio das redes sociais. 

Em pronunciamento a parlamentares, o premiê da Polônia, Mateusz Morawiecki, garantiu, por sua vez, que o país tem reservas de gás suficientes para um mês e meio “ou até mais”. 

Morawiecki ainda afirmou que a suspensão do fornecimento de gás é mais uma ação do “imperialismo russo” e um “ataque direto” contra o país.

Já a Bulgária afirma ter estoques para pelo menos um mês. “Essa chantagem unilateral é inaceitável”, ressaltou o primeiro-ministro Kiril Petkov. O país também prometeu revisar seus contratos com a Gazprom relativos ao trânsito de gás natural para Hungria e Sérvia, países com governos pró-Rússia.

Por sua vez, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que o bloqueio será estendido a outros países que não quiserem pagar pelo gás natural em moeda russa.

“Com a aproximação dos prazos de pagamento, se algum dos países consumidores se recusar a pagar por meio do novo sistema, o decreto do presidente Vladimir Putin será aplicado”, ameaçou.

Além disso, Peskov declarou que a medida é uma resposta aos “atos hostis” da União Europeia contra Moscou.

É a primeira vez desde o início da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro, que Moscou interrompe o abastecimento de gás para Estados-membros da União Europeia.

O anúncio foi feito pela estatal russa Gazprom e confirmado pelos governos búlgaro e polonês. Segundo a empresa, o fluxo de gás continuará suspenso enquanto os dois países não realizarem pagamentos em rublos.

(*) Com Ansa