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História

Hoje na História: 1510 - Morre pintor renascentista Sandro Botticelli

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Considerado o primeiro humanista dos quadros, sofreu com os ataques de Savonarola

Max Altman

2013-05-17T11:10:00.000Z

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*Max Altman (1937-2016), advogado e jornalista, foi titular da coluna Hoje na História da fundação do site, em 2008, até o final de 2014, tendo escrito a maior parte dos textos publicados na seção. Entre 2014 e 2016, escreveu séries especiais e manteve o blog Sueltos em Opera Mundi.

Em 17 de maio de 1510 falece em Florença o primeiro pintor humanista, Sandro Botticelli.

O pintor nasceu na mesma cidade, 65 anos antes, com o nome de Alessandro Filipepi, na família de um curtidor de couro. Como um de seus irmãos, rechonchudo, havia sido apelidado de "botticelli", que significa em italiano "pequeno tonel", o epíteto substitui o sobrenome de família, passando a identificar o futuro pintor.

Sandro Botticelli fez seu aprendizado no ateliê de um grande pintor florentino do Quattrocento (o século XV italiano), Filippo Lippi (1406-1469). Como todos os artistas da Renascença, Lippi, tal qual um chefe de cozinha moderno, dirigia uma equipe da ajudantes e aprendizes, cada um especializado em um detalhe, nas roupas, nos filamentos de ouro, etc.

Com a colaboração de sua equipe, o mestre atende aos pedidos da burguesia e produz pequenos quadros em quantidade. Nessa ocasião é também muito solicitado por abades, bispos e príncipes para levar a cabo obras mais ambiciosas.

Botticelli passa ao ateliê de Verrochio embora frequentando o ateliê de Leonardo da Vinci, um rival. Em 1470, abre seu próprio ateliê. Seu talento vale ao jovem artista a possibilidade de frequentar as mais influentes famílias da cidade, entre as quais os Vespucci, um deles, Amerigo (ou Américo Vespúcio, o navegador), quem viria a emprestar seu prenome a um continente, e sobre tudo os Médicis. O poderoso "Lorenzo, o Magnífico" concorda em lhe dar proteção. O pintor, de resto, frequenta os grandes espíritos do humanismo da época, como Pic de la Mirandola e Marsilo Ficin, tradutor de Platão.
 

 


Seus amigos o iniciam na filosofia neoplatônica que via o mundo sensorial como reflexo do mundo das ideias. Essa filosofia se vê refletida em suas célebres alegorias inspiradas na Antiguidade pagã.

Sua obra-prima "A Primavera", destinada a uma ‘villa’ dos Médicis, expõe toda a graça e o otimismo da Renascença Italiana, com um toque de inquietação da ninfa da direita, quase agarrada pela divindade Zéfir. Trata-se possivelmente da primeira pintura europeia que colhe inspiração na Antiguidade pagã.

A tela mostra as diferentes estações, salvo o inverno, com, da direita para a esquerda, Zéfir, a ninfa Clóris, a Primavera, Vênus que domina Cupido, as Três Graças e o deus Mercúrio.

Reprodução/Wikimedia Commons

"A Primavera", de Sandro Botticelli

Em 1481, o papa Sisto IV encomenda a Botticelli alguns afrescos de temas religiosos para a capela à qual emprestaria seu nome: a Capela Sistina. Pode-se admirar esses paineis ao lado dos monumentais afrescos de Michelangelo, posteriores de três decênios.

Após sua viagem a Roma, que não lhe trouxe qualquer recompensa financeira, o artista empreende O Nascimento de Vênus. Esta nova alegoria neoplatônica ilustraria, segundo certos comentadores, os quatro elementos – terra, água, ar e fogo – e o Amor que sela sua harmonia.

Depois da morte de Lorenzo, seu protetor, em 1492, o pintor sofre como muitos de seus concidadãos florentinos a influência do pregador Jerônimo Savonarola.

O otimismo próprio do humanismo é atacado, à época, violenta e sistematicamente pela maré montante do fundamentalismo religioso. A pintura de Botticelli se torna mais austera. Todavia, não se pode deixar à margem de suas célebres alegorias alguns retratos comoventes de realismo e as pinturas de madonas maternais e recatadas.

Também nessa data:

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Política e Economia

Após receber carta de Bolsonaro, EUA pedem que Brasil adote “medidas imediatas” contra desmatamento

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Principal representante da Casa Branca saudou as promessas de luta contra o desmatamento ilegal no Brasil; cacique Raoni disse que são mentirosas

Redação

RFI RFI

Paris (França)
2021-04-16T22:40:00.000Z

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O governo dos Estados Unidos respondeu nesta sexta-feira (16/04) à carta enviada na véspera pelo presidente brasileiro, Jair Bolsonaro. O principal representante da Casa Branca sobre questões ambientais saudou as promessas de luta contra o desmatamento ilegal da Amazônia até 2030, mas pediu que iniciativas com resultados concretos sejam implementadas imediatamente.

"O fato de o presidente Bolsonaro ter confirmado o compromisso de eliminar o desmatamento ilegal é importante", disse o enviado especial de Joe Biden para a diplomacia climática, John Kerry. “Esperamos medidas imediatas e um diálogo com as populações indígenas e a sociedade civil para fazer com que esse anúncio se traduza em resultados concretos”, insistiu o representante de Washington em uma postagem nas redes sociais.

Na quinta-feira (15/04), a Presidência brasileira divulgou uma carta de sete páginas, antes da cúpula dos Chefes de Estado sobre a mudança climática que acontecerá em 22 de abril, na qual Bolsonaro diz estar disposto a trabalhar para cumprir as metas ambientais do país no Acordo de Paris e, para isso, pede recursos da comunidade internacional. "Queremos reafirmar nesse ato (...) o nosso inequívoco compromisso em eliminar o desmatamento ilegal no Brasil até 2030", dizia a texto.

O cacique Raoni, internacionalmente conhecido pela sua luta em defesa da preservação da Amazônia, chegou a reagir publicamente à carta de Brasília pediu ao presidente dos Estados Unidos para ignorar a promessa de Bolsonaro.

"Ele tem dito muitas mentiras", disse o líder indígena no vídeo divulgado pelo Instituto Raoni nesta sexta-feira. "Se este presidente ruim falar alguma coisa para o senhor, ignore-o (...). Ele [Bolsonaro] está querendo liberar o desmatamento nas nossas florestas, incentivando invasões nas nossas terras", acrescentou.

U.S. Department of State
Governo dos Estados Unidos respondeu nesta sexta-feira à carta enviada na véspera pelo presidente brasileiro

Biden cogitou sanções econômicas antes de ser eleito

A política ambiental do governo Bolsonaro é frequentemente criticada pelos ecologistas, mas também por vários líderes internacionais. O Brasil já foi alvo de medidas de retaliação no exterior, na tentativa de chamar a atenção para a situação na Amazônia.

Do lado dos líderes mundiais, o presidente francês Emmanuel Macron já criticou abertamente a posição de Brasília sobre a preservação do meio ambiente desde que Bolsonaro chegou ao poder. Em setembro passado, antes de ser eleito, Biden também cogitou a imposição de sanções econômicas contra o Brasil se não houvesse uma desaceleração do desmatamento.  

Muito mais próximo dos ex-presidente norte-americano Donald Trump que do atual governo democrata dos Estados Unidos, Bolsonaro informou que pretende participar da cúpula virtual sobre o clima organizada por Biden na semana que vem. Cerca de 40 liderem mundiais devem marcar presença no evento.

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