Atualizada em 17/06/2018 às 11:00
O Althing – Parlamento Nacional – havia declarado em 25 de fevereiro de 1944 que o Ato de União entre Islândia e Dinamarca de 1918 expirara e que a declaração de uma república deveria ser feita por meio de referendo nacional que também trataria da Carta Magna. Os referendos foram marcados para 20 e 23 de maio de 1944 e os resultados apresentados ao Parlamento em 16 de junho de 1944. A participação no referendo foi de 98%. Das 48.100 pessoas que votaram, 99,5% eram a favor de laços rompendo com a monarquia dinamarquesa e 98,3% a favor de fundar uma república.
Às 13h30 de 17 de junho de 1944, o primeiro-ministro Björn Thordarson iniciou as celebrações do estabelecimento da República. A nova bandeira da Islândia foi içada e os sinos das igrejas dobraram. Os membros do parlamento elegeram o primeiro presidente da República, Sveinn Björnsson, que tinha sido regente da Islândia durante os anos de guerra.
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Sede do Althing, Parlamento islandês, que decidiu colocar fim à união com a Dinamarca
Desde 1380, a Islândia esteve sob o domínio da coroa dinamarquesa, embora formalmente uma possessão norueguesa até 1814. À época o rei da Dinamarca acumulava era também o rei da Noruega. O desmembramento ocorreu com a assinatura do Tratado de Kiel.
Em 1874, mil anos após o primeiro assentamento reconhecido, a Dinamarca concedeu à Islândia o autogoverno, expandido em 1904. A constituição de 1874 foi revista em 1903 e um ministério para os Asssuntos Islandeses, com sede em Reykjavik era responsável pelo território e respondia ao Althing, o parlamento islandês.
O Ato de União, acordo assinado com a Dinamarca em 1º de dezembro de 1918, reconheceu a Islândia como Estado soberano unido à Dinamarca sob a coroa de um rei comum. O Reino da Islândia oficializou a sua própria bandeira e pediu à Dinamarca que representasse os seus interesses nas áreas da defesa e negócios estrangeiros.
A ocupação da Dinamarca pela Alemanha nazista em 9 de abril de 1940 cortou as comunicações entre Islândia e Dinamarca. Como resultado, em 10 de abril, o Althing votou pela sua independência, eleghendo um chefe de governo provisório, Sveinn Björnsson.
Já no primeiro ano da Segunda Guerra Mundial, a Islândia adotaria uma posição de neutralidade, disposta a agir contra as forças britânicas e alemãs que violassem a neutralidade. Em 10 de maio de 1940, a Grã Bretanha lançou a Operação Fork cuja meta era invadir e tomar país, ocupando primeiramente o porto de Reykjavik.
O governo islandês emitiu nota de protesto contra a “violação flagrante” de sua neutralidade. Contudo, no dia da invasão, o primeiro ministro Hermann Jónasson pediu em transmissão radiofônica que os islandeses tratassem os invasores britânicos com respeito. A ocupação duraria toda a guerra.
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No pico da ocupação, o Reino Unido tinha cerca de 25 mil homens lá estacionados. Em julho de 1941 a responsabilidade pela defesa da Islândia passa para os Estados Unidos, com base num acordo de defesa EUA-Islândia. O Reino Unido necessitava de suas tropas em outras áreas, tendo convencido o parlamento islandês a aceitar a troca. Mais de 40 mil soldados estavam acampados na ilha, ultrapassando em número os homens adultos islandeses. Na altura, a Islândia tinha uma população de cerca de 120 mil habitantes.
O país foi dos primeiros países do mundo a ser atingido pela crise financeira, em 2008. Os três maiores bancos faliram e tiveram de ser nacionalizados. A coroa islandesa se desvalorizou 85% face ao euro e no final desse ano, o país entrou em falência.
O governo caiu e o primeiro-ministro de então começou a ser julgado por negligência na gestão da crise. Os contribuintes recusaram pagar a fatura dos bancos. Menos de quatro anos depois, a Islândia voltou a ser notícia por motivos diferentes. A crise parecia ter sido um pesadelo que passou.
O PIB não só está crescendo como se espera um cresciumento anual de 2 a 3% do PIB até 2015. Já o déficit do tesouro recuou dos 10 para osm 5,4% desde o início da crise.
Mas estes não são os únicos números que impressionam. O desemprego, que fustiga as maiores economias mundiais, recuou do máximo histórico de 12%, em maio de 2010, para os 5% em setembro de 2012. Numa população de quase 181 mil, cerca de nove mil islandeses estão sem trabalho. As mulheres são as mais afetadas.
A Islândia, que se candidatou a entrar na União Europeia é hoje descrita como uma economia próspera e flexível, capaz de vencer as dificuldades e proporcionar um ambiente mais favorável à criação de emprego e ao crescimento econômico.