Com muito pouco você
apoia a mídia independente
Opera Mundi
Opera Mundi APOIE
  • Política e Economia
  • Diplomacia
  • Análise
  • Opinião
  • Coronavírus
  • Vídeos
  • Podcasts
Hoje na História

Hoje na História: 776 a. C. - são inaugurados na Grécia os primeiros jogos olímpicos

Encaminhar Enviar por e-mail

O principal objetivo era resolver conflitos de forma pacífica, interrompendo-os com uma trégua sagrada

Max Altman

São Paulo (Brasil)
2022-07-01T14:25:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

Para muitos historiadores, o dia 1º de julho do ano de 776 a. C. marcou o início dos primeiros Jogos Olímpicos da história. Esse nome deriva de Olimpo, santuário grego consagrado a Zeus onde ocorreu pela primeira vez a competição.

Antes dos primeiros Jogos Olímpicos, os gregos já mantinham o hábito de competições esportivas. Muitos eventos similares reuniam gregos periodicamente em diferentes santuários. O principal objetivo era resolver conflitos de forma pacífica, interrompendo-os com uma trégua sagrada capaz de celebrar e honrar a glória de um guerreiro morto em combate.

A duração dos Jogos variou muito ao longo do tempo.  De apenas uma jornada foram estendidos para cinco ou sete dias. A organização era confiada a magistrados chamados de Helanodices, que velavam pelo respeito às regras e supervisionavam o treinamento dos atletas.

O Olimpo estava localizado em uma região de colinas e bosques verdejantes a oeste do Peloponeso, distante de qualquer cidade importante. Ainda hoje pode-se ver o local das competições: duas pedras delimitam o comprimento de um estádio. O público se colocava em dois lados da pista. Esse local era cercado de templos e edifícios utilitários. O mais renomado era o templo consagrado a Zeus, com uma estátua monumental do deus, uma das Sete Maravilhas do mundo antigo. A escultura é obra de Phidias, que viveu no século V a. C..

Os Jogos Olímpicos se renovavam a cada quatro anos. Os gregos tinham o hábito de contar o tempo em Olimpíadas, ou seja, em períodos de quatro anos. O primeiro dia dos Jogos era dedicado aos sacrifícios religiosos em honra a Zeus, sua esposa Hera e o herói Pélops, legendário fundador da competição. Terminavam no sétimo dia com a colocação de uma coroa de louros na cabeça dos vencedores.

Os atletas que ganhassem quatro vezes seguidas recebiam em sua cidade, após a morte, um culto comparável ao de um semideus. Os Jogos podiam acolher até 40 mil espectadores. A assistência era exclusivamente masculina. Uma única mulher, a sacerdotisa do santuário local de Deméter, tinha direito de assistir às competições.

Wikimedia Commons
Atletas que ganhassem quatro vezes seguidas recebiam em sua cidade, após a morte, um culto comparável ao de um semideus

 Apenas uma mulher, Kallipatera, foi exceção à regra. Era da família de Milon de Cróton, que se tornaria seis vezes vencedor dos Jogos, e queria assistir, sob disfarce masculino, ao desempenho de seu filho. Uma vez que o jovem venceu uma prova, deixou cair sua túnica tamanha a emoção e revelou então seu sexo.

Os atletas em todas as competições pan-helênicas eram exclusivamente masculinos. Apresentavam-se às provas nus e untados de óleo. Banhavam-se cuidadosamente antes e depois de cada prova. Sua nécessaire de banho compunha-se de um pequeno frasco de óleo, uma esponja para as abluções e um raspador de bronze para eliminar todo traço de suor, óleo e areia. As provas se dividiam em categorias segundo a idade do participante: musical, ginástica e hípica.

As provas variaram ao longo das épocas. Limitavam-se nos primeiros tempos a uma corrida de velocidade na distância de um estádio (192m). Uma segunda corrida, a diáulica, se estendia por dois estádios e apareceu por ocasião da XIVª Olimpíada. Foi preciso esperar a XVIIIª, em 708 a. C., para que se acrescentasse o pentatlo e a luta.

O programa das provas se estabilizou apenas após um século, oferecendo aos espectadores uma bela diversidade. Algumas das provas eram:

Diálico: corrida de velocidade em dois estádios;

Dólico: corrida de fundo em 24 estádios;

Pugilato: combate entre lutadores com os punhos cobertos de luvas de pele de carneiro;

Pancrácio: uma contenda combinando combate de corpo a corpo e o pugilato;

Hoplitódromo: soldados da infantaria batalhando armados, portando capacete, escudo, couraça, lanças e espadas;

Pentatlo: salto em distância, lançamento de disco, lançamento de dardo, corrida de velocidade, luta, corrida de carros e montaria;

Pírrica: dança com arma;

Lampadedromia: corrida com tochas;

Concurso musical: prática à margem dos Jogos, que consistia em recitar versos de Homero acompanhado de uma cítara.

Trapaças e violência eram inicialmente severamente proibidas. Era vedado provocar a morte do adversário e se esta, apesar de tudo, ocorresse, era a vítima que triunfaria a título póstumo. Essas proibições sofreram mais tarde graves distorções. Sob influência dos romanos, que ocuparam então a Grécia, os jogos se tornaram verdadeiros combates entre gladiadores violentos e espetaculares.

Todos os jogos pan-helênicos, inclusive os Jogos Olímpicos, foram abolidos pelo imperador romano Teodósio I em 393 d. C., sob influência do bispo de Milão, Santo Ambrósio, que queria terminar com os ritos pagãos e a costumeira violência. O Olimpo caiu no esquecimento, vítima do despovoamento do Peloponeso e das invasões eslavas no século VI.

No ano 1896 de nossa era, o barão Pierre de Coubertin recupera a tradição olímpica e inaugura em Atenas os primeiros Jogos Olímpicos modernos com a esperança de contribuírem para a aproximação entre os povos.

Também nesse dia:

1979 - Sony lança o Walkman

1944 - Começa conferência de Bretton Woods

1942 - Tem início a Batalha de El Alamein

1867 - Canadá trorna-se domínio do Reino Unido, porém com auto-governo 

(*) A série Hoje na História foi concebida e escrita pelo advogado e jornalista Max Altman, falecido em 2016.

Você que chegou até aqui e que acredita em uma mídia autônoma e comprometida com a verdade: precisamos da sua contribuição. A informação deve ser livre e acessível para todos, mas produzi-la com qualidade tem um custo, que é bancado essencialmente por nossos assinantes solidários. Escolha a melhor forma de você contribuir com nosso projeto jornalístico, que olha ao mundo a partir da América Latina e do Brasil.

Contra as fake news, o jornalismo de qualidade é a melhor vacina!

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
20 Minutos

Felipe Nunes: 'voto envergonhado' favorece Lula em 2022

Encaminhar Enviar por e-mail

Bolsonaro cresceu entre evangélicos tirando votos da 'terceira via', e não de Lula, explica diretor do instituto de pesquisas Quaest; veja vídeo na íntegra

Pedro Alexandre Sanches

São Paulo (Brasil)
2022-08-18T20:30:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

O cientista político Felipe Nunes afirma que o fenômeno do “voto envergonhado” favorece Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022. “Os eleitores indecisos na pesquisa espontânea estão indo muito mais para Lula que para Bolsonaro”, avaliou o diretor da Quaest Consultoria e Pesquisa no programa 20 MINUTOS desta quinta-feira (18/08) com o jornalista Breno Altman. 

Essas pessoas “só não declararam voto na pesquisa espontânea porque estão escondendo a vergonha de ter que defender um candidato que até pouco tempo atrás estava preso e passou por vários escândalos midiáticos", segundo Nunes.

Ele afirma que tal afirmação na diferenças apontadas pela pesquisa Genial/Quaest de 17 de agosto entre a intenção espontânea de voto (na qual Lula tem 33% das preferências contra 27% de Bolsonaro) e o resultado da pergunta estimulada (em que o ex-presidente aparece com 45% e o candidato à reeleição, com 33%). Ou seja, Lula tem 12 pontos a mais na pesquisa estimulada, contra 6 de Bolsonaro. 


Esse e outros dados mostram solidez na posição eleitoral de Lula, mesmo com a recuperação recente de Bolsonaro - o eleitorado evangélico, por exemplo, prefere o candidato à reeleição por 52% contra 28% do ex-presidente, segundo a Quaest. 

Nunes, que também é professor da UFMG, adverte que o crescimento de Bolsonaro entre evangélicos não se deu sobre Lula, mas sobre os candidatos da chamada terceira via, cuja somatória caiu após a desistência de Sérgio Moro, João Doria Jr. e outros. O mesmo ocorre na evolução geral, em que Lula permanece estável e Bolsonaro cresce com o esvaziamento da terceira via. 

A tendência de alta do atual presidente entre o público evangélico (entre os católicos, ele perde de 27% a 52%) se explica, segundo Nunes, pela prioridade dada a esse segmento pela campanha bolsonarista, tal como aconteceu em 2018 em relação aos policiais militares. “Neste ano, ele escolheu os evangélicos, que como os policiais também são hierarquizados, disciplinados e coesos. Participou de 25 marchas para Jesus nos últimos 30 dias, em diferentes cidades do país. É uma ação política muito coordenada”, diz. 

O cientista político aposta num combate indireto a essa desvantagem pela candidatura Lula: “O público evangélico e principalmente as mulheres evangélicas têm uma repulsa muito grande ao armamento, pelo medo de que as armas sejam um sinônimo de violência nas famílias. É o tema que empata o jogo para o público evangélico”. 

Nunes afirma que a capacidade de crescimento de Bolsonaro esbarra em sua rejeição junto a dois segmentos em particular: “Ele tem que virar o jogo entre as mulheres e no Nordeste, o que não parece ser tarefa fácil neste momento”. 

Pelos dados de 17 de agosto, a vantagem de Lula é de 16 pontos percentuais entre o eleitorado feminino (contra 6 entre o masculino) e de 40 pontos no Nordeste. A rejeição pessoal de Bolsonaro é de 55% (chegava a 66% no início do ano). 

Para o diretor da Quaest, a radicalização política não será um fator decisivo para o eleitorado neste ano como foi em 2018. “Quem descobre a correnteza da eleição ganha a eleição. A de 2018 foi a primeira em que não havia um incumbente disputando a eleição. Todo mundo era de oposição ao que o governo Temer representava. Ser antissistema radical significava ser a oposição real”, analisa. "Em 2022, as pessoas não estão querendo radicalizar o sistema, porque perceberam que a radicalização foi ruim.”

Facebook/felipe Nunes
Cientista político Felipe Nunes é o convidado de Breno Altman no 20 MINUTOS desta quinta-feira (18/08)

O voto que está em disputa em 2022, afirma, é de quem já votou tanto em Lula quanto em Bolsonaro. Para o pesquisador, esta será “a eleição da segunda chance”: “Os dois já foram presidentes, já ganharam, já apresentaram bons e maus resultados. Agora vai ganhar aquele que conseguir receber a segunda chance do eleitor”. 

Se para o atual presidente se reeleger seria suficiente manter os votos que teve em 2018, a tarefa para Lula é mais complexa, mas vem sendo bem-sucedida: “Neste momento, Lula consegue ter os votos que Fernando Haddad teve e crescer em cima do eleitor que votou em Bolsonaro em 2018, o eleitor pobre das grandes cidades do Sudeste”. 

Quanto ao impacto do aumento de R$ 200 no Auxílio Brasil sobre a disputa eleitoral, Nunes não vê dados conclusivos na mais nova pesquisa. “Havia uma ideia de que as coisas iam melhorar muito em pouco tempo, mas neste momento essa expectativa não virou nem euforia nem frustração. Virou a realização de que tudo isso não passa de jogada eleitoral”, interpreta, citando que 62% afirmam que as medidas adotadas pelo governo objetivam ajudar a reeleição, e não as pessoas. 

“O eleitor está mais crítico e complexo e já entendeu, pelos resultados desta pesquisa, que muito do que está sendo feito não é boa intenção, mas interesse próprio. Isso gera um limite para o crescimento eleitoral de Bolsonaro.”

A valorização da autenticidade do político pelo eleitorado é um fator incômodo para o atual presidente a esse respeito: “Bolsonaro fez a aposta que podia fazer, que era se vestir de Lula, não ligar para teto de gastos, abrir o cofre público e cuidar das pessoas. O problema é que isso está parecendo que é falso, porque veio próximo à eleição. Bolsonaro está deixando de ter o que é seu grande atributo, está abrindo flancos de credibilidade”. 

Felipe Nunes considera que a história eleitoral brasileira não sugere grandes chances de que Lula vença no primeiro turno, mas diz que os números projetam vitória para o candidato do PT: “Olhando só para os dados da pesquisa, Lula é favorito para ganhar, com uma margem de votos maior do que Bolsonaro teve em 2018 sobre Haddad. Nada é impossível, mas é improvável uma não-vitória de Lula”. 

Você que chegou até aqui e que acredita em uma mídia autônoma e comprometida com a verdade: precisamos da sua contribuição. A informação deve ser livre e acessível para todos, mas produzi-la com qualidade tem um custo, que é bancado essencialmente por nossos assinantes solidários. Escolha a melhor forma de você contribuir com nosso projeto jornalístico, que olha ao mundo a partir da América Latina e do Brasil.

Contra as fake news, o jornalismo de qualidade é a melhor vacina!

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!
Opera Mundi

Endereço: Avenida Paulista, nº 1842, TORRE NORTE CONJ 155 – 15º andar São Paulo - SP
CNPJ: 07.041.081.0001-17
Telefone: (11) 4118-6591

  • Contato
  • Política e Economia
  • Diplomacia
  • Análise
  • Opinião
  • Coronavírus
  • Vídeos
  • Expediente
  • Política de privacidade
Siga-nos
  • YouTube
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Google News
  • RSS
Blogs
  • Breno Altman
  • Agora
  • Bidê
  • Blog do Piva
  • Quebrando Muros
Receba nossas publicações
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

© 2018 ArpaDesign | Todos os direitos reservados