Um mês após a força invasora de Napoleão Bonaparte ter ingressado na área de uma deserta e incendiada Moscou, o famélico exército francês é obrigado, em 19 de outubro de 1812, a dar início a uma precipitada retirada da Rússia.
Napoleão invade a Rússia
Em 24 de junho de 1812, após a recusa pelo Czar Alexander I do Sistema Continental proposto por Napoleão, o imperador francês invadiu a Rússia com seu Grande Armée (Grande Exército). O enorme exército, contando com mais de 500 mil soldados e pessoal de comando e intendência, foi a maior força militar jamais reunida até aquela data.
Durante os primeiros meses da invasão, Napoleão se viu forçado a enfrentar um exército russo implacável e em constante recuo. Recusando-se a enfrentar o exército de Napoleão, superior em número, numa confrontação em larga escala, os russos, sob o comando do general Mikhail Kutuzov, executavam a política de terra arrasada à medida que recuava mais e mais em território russo.
Em 7 de setembro, foi travada a inconclusa Batalha de Borodino, na qual ambos os lados sofreram terríveis baixas. Em 14 de setembro, Napoleão chegou a Moscou com a intenção de encontrar suprimentos de boca, mas em vez disso deparou-se com uma cidade praticamente abandonada com o exército russo novamente batendo novamente em retirada.
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Imperador francês havia invadido a Rússia em junho com 500 mil soldados
Retirada de Moscou
No começo da manhã seguinte, incêndios irromperam em toda a cidade obra de patriotas russos e os alojamentos de inverno da ‘Grande Armée’ foram sistematicamente destruídos. Depois de esperar um mês pela rendição que nunca aconteceu, Napoleão, diante da inclemência do inverno russo, foi obrigado a ordenar a retirada de seu exército de Moscou.
Durante a desastrosa retirada, o exército francês sofreu um contínuo assédio de um exército russo repentinamente agressivo e impiedoso. Acossado pela fome e pelas investidas mortais dos cossacos, o dizimado exército alcançou o rio Berezina no final de novembro, contudo, sua passagem estava bloqueada pelos russos.
Em 26 de novembro, Napoleão forçou uma passagem através do rio Studienka, e quando o grosso de seu exército atravessou o rio três dias mais tarde, foi obrigado a queimar as pontes improvisadas atrás de si, abandonando a sua própria sorte cerca de 10 mil retardatários na outra margem.
A partir daí a retirada significou uma derrota esmagadora. Em 8 de dezembro, Napoleão permitiu que o remanescente de seu exército pudesse retornar a Paris. Seis dias mais se passaram até que a ‘Grande Armée’ finalmente deixou a Rússia tendo sofrido uma perda de mais de 400 mil homens durante a desastrosa invasão.
(*) A série Hoje na História foi concebida e escrita pelo advogado e jornalista Max Altman, falecido em 2016.