Cerca de 200 países aprovaram o acordo global com o objetivo de diminuir o aquecimento global neste sábado (13/11), dia de encerramento da 26ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP26.
O acordo foi fechado com o objetivo de intensificar os esforços para combater as mudanças climáticas, conclamando os governos a retornarem no próximo ano com planos mais fortes para reduzir suas emissões.
A aprovação pede uma eliminação acelerada da energia a carvão e dos subsídios aos combustíveis fósseis. O documento também reafirmou a meta global de longo prazo de manter o aumento da temperatura média global bem abaixo de 2º C e continuar os esforços para limitar os aumentos de temperatura a 1,5º C.
Tal medida seria a única que realmente salvaria o planeta, uma vez que ultrapassado o 1,5º C se desencadearia um extremo aumento do nível do mar e catástrofes, incluindo secas, tempestades w incêndios florestais, de acordo com cientistas.
O texto também pediu esforços para reduzir o uso de carvão, assim como a interrupção dos enormes subsídios que governos ao redor do mundo dão ao petróleo, carvão e gás que abastecem fábricas e aquecem casas, algo que nenhuma conferência climática anterior tinha conseguido concordar.
No entanto, a Índia, cujas necessidades de energia dependem enormemente do carvão, fez objeções de última hora a esta parte do acordo, e pediu para que trocasse a palavra “eliminação” por “redução” gradual das emissões de carbono, o que deixou diversos representantes desapontados e levou o presidente da conferência, Alok Sharma, a pedir desculpas.
Kiara Worth/UNFCCC
Para presidente da COP25, declaração final climática é ‘equilibrada’ e reflete o ‘compromisso de todos os países’
Ainda segundo o pacto, países desenvolvidos se comprometeram a financiar U$S 100 bilhões (R$ 545 bilhões) por ano até 2025 para ajudar países mais pobres no combate ao aquecimento. Entretanto, de acordo com ativistas, o martelo sobre o valor de fato ainda não foi batido.
Segundo a agência de notícias Reuters, além disso, a quantia estaria muito aquém das necessidades reais das nações mais desfavorecidas, que podem chegar a US$ 300 bilhões (R$ 1,6 trilhões) até 2030. O valor era um dos principais entraves.
Esse instrumento é previsto pelo Acordo de Paris, assinado em 2015, e deveria ter entrado em vigor em 2020, com uma revisão dos valores em 2025, mas hoje não está nem perto de sair do papel.
Fim da COP26
O presidente da COP26, Alok Sharma, havia afirmado neste sábado que o rascunho mais recente da declaração final da cúpula climática é “equilibrado” e reflete o “compromisso de todos os países”.
“O mundo está olhando para nós. Minha intenção é acabar essa COP hoje”, disse o britânico durante uma plenária informal em Glasgow.
“Acredito que o texto apresentado nesta manhã responde de modo equilibrado às expectativas que os Estados mostraram aqui em Glasgow, sem deixar questões para trás. O texto reflete o compromisso de todos”, acrescentou Sharma. Segundo o presidente da COP26, é preciso garantir que “os resultados correspondam ao tamanho e à urgência de nossa situação”.
“Chegamos no momento da verdade para o nosso planeta, nossos filhos e nossos netos. E saibam todos que o mundo quer que sejamos audazes e ambiciosos”, disse.
(*) Com Sputnik e Ansa.