A situação da Grécia vai ficando cada vez mais insustentável, principalmente no cenário social. Já são diárias as manifestações populares contra as violentas políticas de cortes nos direitos sociais, receituário do FMI (Fundo Monetário Internacional), para tentar conter a queda desembestada, ladeira abaixo, de uma economia na UTI e sem os sinais vitais de recuperação.
O governo grego procura jogar nas costas dos trabalhadores, classe média, e até setores intermediários da burguesia, o ônus de uma crise cujos verdadeiros responsáveis são os chamados bancos de investimentos.
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Um eufemismo para o capital rentista e parasitário que através de sucessivos ataques especulativos detonaram literalmente a sofrível economia da Grécia que tem como uma das principais pilastras de sustentação um volumoso turismo internacional.
A Grécia não tem nenhuma condição de saldar os empréstimos recebidos da União Europeia para a recuperação de uma derrocada econômica total, cuja dívida pública já ultrapassa mais de 140% do seu PIB, o produto interno bruto.
Mas a questão é que esse quadro poderá levar de roldão todas as economias da União Europeia onde várias nações também caminham a passos largos para a inadimplência total a exemplo de Portugal, Irlanda, Espanha, Itália etc. A velha Europa vai mergulhar na recessão generalizada.
Portanto o que está em jogo é a dissolução da União Europeia e do Euro como moeda. Assim, a gravidade da realidade ultrapassa o plano técnico ou simplesmente monetário, como desejam fazer crer a grande mídia monopolista global e brasileira, e assume o contexto de uma seríssima encruzilhada política.
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As medidas tomadas pelos governos europeus contra a epidemia da crise financeira, cuja origem se encontra na recessão da economia norte-americana, na orgia promovida pelos seus bancos de investimentos, são contra o povo europeu, os trabalhadores, aposentados etc.
O resultado são as taxas de desemprego que assolam o continente, onde só na Espanha, mais de 40% dos trabalhadores jovens estão desempregados. Mas a resposta das elites da Europa à crise tem sido mais arrocho e mais repressão.
Por isso, os analistas políticos começam a fazer analogias dessa situação atual com a república de Weimar na Alemanha, ante-sala da Segunda Guerra mundial. Porque os sintomas se assemelham, o pavor às lutas sociais, o colapso econômico, o desemprego geral e uma tendência ao fascismo.
Eduardo Bomfim é advogado e membro do Comitê Central do PCdoB.
Texto originalmente publicado no Vermelho.
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