Cem mil cartazes e 400 mil folhetos foram lançados pelo governo francês nesta sexta-feira (04/03), em uma campanha publicitária sobre a lei que proíbe o uso da burca e do niqab, véu que cobre todo o rosto deixando apenas os olhos à mostra em espaços públicos.
Segundo a RFI, a rádio pública francesa, o material será distribuídos em todo o país, explicando que, a partir de 11 de abril, será proibido cobrir o rosto nas calçadas, nos transportes públicos, em lojas, restaurantes, escolas, agências de correio, tribunais, hospitais e órgãos públicos. A proibição não vale para lugares de culto.
“A república se vive com o rosto descoberto”, defende o slogan estampado nos cartazes. As mulheres que não respeitarem a proibição podem pagar multa de 150 euros, o equivalente a 345 reais, além de serem obrigadas a fazer um curso de cidadania para compreender “o princípio da laicidade previsto na Constituição francesa”.
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Homens que obrigarem as mulheres a usar a burca estarão sujeitos a um ano de prisão e a uma multa de 30 mil euros , cerca de 70 mil reais. A pena será duplicada se a vítima for menor de idade.
A França já havia proibido o uso de lenços islâmicos na cabeça em escolas e no serviço público. Agora, tornou-se o primeiro país europeu efetivar a proibição e o debate já acontece em outros países, como Bélgica e Holanda.
A lei foi aprovada em outubro do ano passado, após uma polêmica discussão. Enquanto os setores mais conservadores defendiam a campanha de identidade nacional lançada pelo governo Sarkozy, o Partido Socialista alegava que a proibição da burca prejudicará a comunidade muçulmana que vive na França. A Human Rights Watch e a Anistia Internacional também se opuseram à proibição.
De acordo com o islamismo, o véu é uma forma de “preservar a mulher de todos os perigos”, já que a exibição do seu corpo e rosto “incita [os homens] ao estupro e à perversão”. O governo, no entanto, alegava que o véu representa a submissão das mulheres.
O país tem o maior número de adeptos ao islamismo na Europa, estimado em 5 milhões de pessoas, 7,5% da população. Ela é seguida pela Holanda (com 6%), Alemanha (5%), Áustria (4,2%), Bélgica (3%) e o Reino Unido (2,7%), segundo um estudo de 2009 realizado pelo Instituto de Pesquisas Pew, de Washington.
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