Durante missa realizada nesta quinta-feira (05/04) na cidade do Vaticano, o papa Bento XVI declarou que a situação atual da Igreja Católica é “dramática”, denunciou a existência de uma “desobediência organizada” por um grupo de padres europeus e ainda criticou o “analfabetismo religioso” da sociedade. Para completar seu discurso polêmico, reiterou a proibição do sacerdócio feminino.
Perante mais de dez mil pessoas, 1.600 delas religiosos, o pontífice oficiou na basílica de São Pedro, no Vaticano, a Missa Crismal, que abre o Tríduo Pascal (o conjunto de três celebrações do Cristianismo na Semana Santa).
Dirigindo-se aos sacerdotes, o papa lembrou o sacerdócio exige renúncias, servir ao próximo e ser fiel a Cristo.
O papa aproveitou a ocasião para protestar contra um recente documento publicado por um grupo de sacerdotes europeus que “apela à desobediência”.
O líder religioso se referia a 300 párocos austríacos que organizaram, pela internet, a iniciativa “Um chamado à desobediência”, por meio da qual exigem reformas como o sacerdócio feminino e o de homens casados.
O pontífice, de quase 85 anos, declarou que esses padres invocam a desobediência na esperança de renovar a Igreja. “Mas a desobediência é um caminho para renovar a Igreja?”, indagou o papa na missa. Para justificar seu argumento, Bento XVI disse que Cristo se preocupava com a verdadeira obediência, frente ao arbítrio do homem.
Bento XVI também recomendou aos sacerdotes mais estudo, ressaltando que existe “um analfabetismo religioso que se divulga na sociedade”. “Os elementos fundamentais da fé, que antes qualquer criança sabia, são cada vez menos conhecidos”, vociferou.
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