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Política e Economia

Conheça 8 fatos sobre o massacre da Praça da Paz Celestial

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Em seu 25º aniversário, episódio notabilizado por repressão do governo de Pequim a uma onda de protestos continua sendo tabu na China

Vanessa Martina Silva

2014-06-04T10:00:00.000Z

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O Massacre da Paz Celestial, como ficou conhecida a repressão realizada pelo governo a uma onda de protestos no país, é um tabu na China. Perto da data em que se comemora o 25º aniversário dos acontecimentos, internautas começaram a denunciar a o aumento da censura a determinadas ferramentas na internet como o Google. O Partido Comunista nega a existência do massacre e evita — o máximo que pode — o debate em torno da questão.

Flickr/Robert Croma/CC

Estima-se que cerca de cem mil manifestantes entre estudantes, intelectuais e trabalhadores participaram do protesto

A clássica imagem de um homem que tenta parar uma fileira de tanques que se dirigia para a praça é considerada uma das mais influentes do século 20. Não se sabe o que teria acontecido com o "homem-tanque". Alguns relatos dão conta de que ele foi morto pelas tropas governamentais e outros que ele vive no interior do país.

1)  Vazamentos do Wikileaks negam que massacre tenha existido (da forma como contam)

Informes divulgados pelo The Daily Telegraph em 2011 negam a versão corrente de que soldados massacraram os estudantes na Praça Celestial. De acordo com as informações da embaixada dos Estados Unidos em Pequim, divulgadas com exclusividade pelo jornal, os militares abriram fogo contra manifestantes fora do centro da cidade. Outro telegrama diz que "um diplomata chileno testemunhou os soldados ocupando a Praça da Paz Celestial: embora alguns disparos pudessem ser ouvidos, ele disse que não viu nenhum fogo contra a massa de estudantes, viu apenas alguns deles apanharem".

2)  Jornal The New York Times confirmou a versão

O chefe de sucursal em Pequim do jornal norte-americano à época, Nicholas Kristof, em artigo intitulado "Atualização da China: Como os linhas-duras venceram", publicado em 12 de novembro de 1989, afirma no fim de um texto crítico ao governo chinês que "baseado em minhas observações nas ruas, nenhuma versão está certa, nem a oficial nem as feitas por estrangeiros. Não houve massacre na Praça da Paz Celestial, embora tenha havido muitas mortes em outras partes". O autor foi duramente criticado pela declaração.

Wikicommons

Para lembrar acontecimento, chineses costumam acender velas em memória das vítimas

3)  Imprensa internacional

Apesar de a imprensa internacional estar em Pequim por ocasião da visita do ex-presidente da União Soviética, Mikhail Gorbachev, o governo ordenou que elas encerrassem suas transmissões. A única cadeia televisiva que pôde gravar o interior da praça na noite de 3 a 4 de junho foi a espanhola TVE. A maioria das emissoras estava no Hotel Pequim, de onde não é possível ver a Praça Celestial. Por isso, o diplomata espanhol Eugenio Bregolat sustenta que a imprensa se equivocou na cobertura por não ter presenciado os fatos. A versão de que tanques chineses teriam esmagado estudantes passando por cima e dando marcha à ré para esmagá-los novamente também é contestada pelo diplomata: "Os únicos blindados da história que deram marcha à ré foram tanques italianos em Guadalajara", disse em entrevista ao El Periódico.com.

4)  Último manifestante foi libertado 24 anos depois

Jiang Yaqun foi posto em liberdade em maio de 2013, aos 73 anos. Ele sofre de Alzheimer e não tem casa ou família para recebê-lo, como disseram as autoridades chinesas. O jornal The Guardian afirmou que Yaqun foi o último manifestante “contrarrevolucionário” a ser libertado. De acordo com a organização China Human Rights Defenders, 906 manifestantes foram presos naquela ocasião.

5)  Números são controversos

Não existem cifras oficiais a respeito da quantidade de vítimas provocadas pela ação de 4 de junho. Autoridades, no entanto, mencionaram, logo após os fatos, que “um milhar de soldados e policiais foram mortos, feridos ou sequestrados”, como reportou o jornal El País no dia seguinte.

As mães da Praça da Paz Celestial possuem nome e sobrenome de 205 mortos. No entanto, "estimativa" realizada por jornais internacionais e ativistas do país é de que este número possa chegar a 3 mil. A dificuldade de reconhecer as vítimas estaria no fato de que muitos dos estudantes terem vindo do interior.

6)  Circo e protesto

Em 2013, o Cirque de Solei apresentou a emblemática foto do “homem tanque” em uma tela gigante por cerca de quatro segundos para uma plateia de cerca de 1500 pessoas em Pequim como parte de uma montagem de imagens de protestos durante apresentação de "They Don't Care About Us", de Michael Jackson, durante a turnê "Michael Jackson Immortal World Tour".

As imagens e menções aos protestos na Praça da Paz Celestial seguem sendo proibidas na China.

7)   Até a Bolsa protestou

Em 4 de junho de 2012, a Bolsa de Xangai registrou uma queda de 64,89 pontos, o que foi apontado como uma lembrança à data do massacre (4/6/89).

8)  Mais vítimas

Em maio de 2012, Ya Weilin, pai de um dos jovens mortos em 1989, suicidou-se em protesto contra a falta de respostas das autoridades a respeito dos acontecimentos. “A China, o grande Partido Comunista da China matou meu filho, mas nunca sequer pediu desculpa. Nós somos cidadãos não podemos dizer uma única palavra?”, escreveu tempos antes de se matar.

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Eleições 2022 na Colômbia

Quem são os candidatos favoritos das eleições presidenciais da Colômbia?

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País vizinho vai às urnas neste domingo tendo chapa progressista de Gustavo Petro como favorita

Michele de Mello

Brasil de Fato Brasil de Fato

São Paulo (Brasil)
2022-05-27T12:30:10.000Z

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No próximo domingo (29/05), a Colômbia realiza eleições para eleger um novo presidente e seu vice, em meio a expectativas de mudanças após quatro anos de gestão do Centro Democrático, com Iván Duque, que deixa o cargo com 67% de reprovação. Cerca de 39 milhões de colombianos são convocados a participar do processo.

Restam seis candidaturas inscritas, após dois postulantes, Luis Pérez (Colômbia Pensa) e Ingrid Betancourt (Partido Verde Oxigênio), abandonarem a corrida eleitoral quando faltavam 15 dias para o pleito.

Foram habilitadas 27 missões de observação eleitoral, tanto de organismos regionais — a Organização dos Estados Americanos (OEA) e União Europeia — como de especialistas, entre eles a Transparência Eleitoral, o Conselho de Especialistas Eleitorais da América Latina (Ceela) e Associação de Órgãos Eleitorais Mundiais (A-WEB, na sigla em inglês). Estas seriam as eleições com a maior supervisão internacional da história do país, segundo o chefe do Registro Civil Nacional, Alexander Vega. 

O voto é impresso e facultativo. Caso nenhuma chapa obtenha mais de 50% da votação no dia 29 de maio, o 2º turno será realizado no dia 19 de junho e a posse está prevista para 7 de agosto. A legislação colombiana ainda determina que os segundos colocados terão uma vaga garantida no Senado e na Câmara de Representantes.

Um levantamento da empresa Atlas Intel, publicado no dia 20 de maio, aponta que para 66% dos colombianos o principal problema do país é a corrupção. Em segundo lugar estão a pobreza e a falta de oportunidades, elencados como flagelos para 12% dos entrevistados.

Para ocupar a presidência, de acordo com as últimas pesquisas de opinião, três coalizões estão na frente. Pelo campo progressista, Pacto Histórico, de Gustavo Petro e Francia Márquez, lidera com cerca de 40 a 41% das intenções de voto. Já pela direita, duas alianças disputam uma vaga num possível 2º turno: a Equipe pela Colômbia, com Federico Gutiérrez e Rodrigo Lara, que possuem em torno de 27 a 30% da preferência; seguidos da coalizão Liga de Governantes Anticorrupção, com Rodolfo Hernández e Marelen Castillo, com cerca de 20%.

Petro e Francia também aparecem como vencedores num eventual 2º turno com cerca de 45% das intenções de voto contra 41 e 42% dos oponentes de direita.

Pacto Histórico

A dupla favorita para vencer as eleições na Colômbia representa uma aliança de centro-esquerda, que aglutinou os maiores partidos de oposição (Colômbia Humana, Polo Democrático Alternativo, Partido do Trabalho, Partido Comunista, União Patriótica, Comunes) e movimentos populares colombianos. 

Petro é senador pelo Colômbia Humana, disputou as eleições presidenciais em 2018, ficando em segundo lugar, com 25% dos votos, 14 pontos percentuais atrás de Iván Duque.

Na chapa com Francia Márquez, advogada, líder comunitária e ex-representante do Conselho Nacional pela Paz, Petro propõe combater a fome, reativar as negociações de paz com setores insurgentes, investigar os casos de violência contra líderes sociais e camponeses, reconhecer o direito ao território dos povos indígenas e quilombolas, assim como diversificar a base econômica do país, com uma perspectiva de desenvolvimento sustentável.

No último final de semana, o Pacto Histórico realizou seu encerramento de campanha com um ato multitudinário na praça Bolívar, centro da capital Bogotá. "Este 29 de maio é o grito da liberdade da Colômbia. Sem medo, sem temor, com alegria e decisão, vamos escrever essa nova página da nação colombiana, Somos povo livre para construir a Colômbia que queremos", declarou Petro.

O Pacto Histórico também propõe a criação de uma comissão independente de investigação, em parceria com a Organização das Nações Unidas (ONU), para investigar a situação de violência e os casos de falsos positivos — civis mortos pelas forças de segurança do Estado que são acusados de fazer parte de movimentos insurgentes.

Somos millones los que tenemos el sueño de un país en paz, donde podamos vivir en dignidad y con garantía de derechos. Por eso nos hemos tomado de las manos, para empezar a escribir juntxs una nueva historia para Colombia este 29 de mayo.

¡Gracias, Bogotá!
¡Gracias, Colombia! pic.twitter.com/QnZHqJ2Z84

— Francia Márquez Mina (@FranciaMarquezM) May 23, 2022

Na última terça-feira (24/05), o Pacto Histórico publicou um chamado à comunidade internacional para proteger a apuração dos votos e destacam que somente os juízes eleitorais devem ser responsáveis pelo escrutínio da votação.

Francia Marquez/Twitter
Apesar das ameaças, Gustavo Petro e Francia Márquez se mantiveram na dianteira das pesquisas de opinião durante todo o processo eleitoral

"Há uma evidente intervenção político-eleitoral do presidente, seus ministros e do comandante do exército, alienação dos mecanismos de a controle, Procuradoria, Controladoria e Defensoria com o governo, exibindo a falta de garantias à oposição", denuncia a coalizão. 

Equipe pela Colômbia

A chapa liderada por Federico Gutierrez, ex-prefeito da cidade de Medellin, e Rodrigo Lara, ex-prefeito da cidade de Neiva, realizou sua última atividade de campanha na capital do estado Antioquia, no Parque del Río. Com a promessa de frear a ameaça do "populismo de esquerda", "Fico" Gutiérrez promete combater a desigualdade social criando empregos e aumentando o escoamento da produção no interior do país, através de ferrovias e hidrovias. 

"Aqui os únicos que não são bem vindos são os corruptos e violentos. Devemos entender que há 20 milhões de colombianos que passam fome, é urgente realizar várias mudanças, mas não podemos dar um salto ao vazio, como na Nicarágua e na Venezuela", disse Gutiérrez durante o ato final de campanha.

Gracias Medellín, gracias Colombia. Vamos a ganar la Presidencia!!!🇨🇴🇨🇴🇨🇴💪🏻💪🏻#FedericoEsColombia pic.twitter.com/5j3TpTENSR

— Fico Gutiérrez (@FicoGutierrez) May 22, 2022

Em contraposição à reforma da previdência, defendida por Iván Duque, Gutierrez promete aumentar o subsídio aos aposentados. De acordo com o levantamento da empresa Atlas Intel, a maior parte do eleitorado que apoia Gutierrez tem entre 45 e 65 anos.

Apesar de tentar se distanciar do chamado uribismo — corrente fundada pelo ex-presidente Álvaro Uribe Vélez, padrinho político do atual presidente —, a chapa de Gutierrez engloba a maior parte do setor tradicional da direita colombiana, com os partidos União pela Gente (PUG), partido Conservador Colombiano, partido Político Mira, os Movimentos, Avante Colômbia, País de Oportunidades e Acreditamos na Colômbia. 

O partido de Iván Duque, Centro Democrático, não entrou na formação da chapa, mas já declarou apoio a Gutiérrez depois que a candidatura de Óscar Iván Zuluaga não deslanchou. A pesquisa divulgada pela empresa Atlas também aponta que 37,9% dos colombianos se identifica como anti-uribista, 13,9% como uribista, enquanto 41,9% nem pró e nem contra o uribismo.

Desde 2002, com a primeira gestão de Uribe, até o momento atual, a Colômbia é governada por presidentes próximos ao uribismo. Ainda que Juan Manuel Santos tenha assinado os Acordos de Paz com as FARC-EP, em 2016, antes ele foi ministro de Defesa de Uribe. Já o atual mandatário, Iván Duque, é considerado seguidor político de Álvaro Uribe Vélez. 

A Justiça Especial para a Paz (JEP) afirma que há evidências de ao menos 6.400 casos de falsos positivos durante os primeiros seis anos da gestão de Uribe como presidente e de Santos como ministro de Defesa.

"O setor representado por Alvaro Uribe Vélez pode estar em decadência eleitoral, mas não está em decadência no seu papel ante a direita mundial, que vê na Colômbia a plataforma de controle hegemônico do poder político [na região]", defende a ex-prefeita de Apartadó e defensora de direitos humanos, Gloria Cuartas Montoya.

Entre as propostas centrais de Gutiérrez estão a luta contra a corrupção e a garantia de segurança no país.

Liga de Governantes Anticorrupção

Em terceiro lugar nas pesquisas e também no campo da direita, está o ex-prefeito da cidade de Bucaramanga, Rodolfo Hernández, e a bióloga Marelen Castillo. Com o lema "não roubar, não mentir, não trair", a dupla apoia sua campanha em cima do combate à corrupção, como o próprio nome da aliança sugere, e no fato de serem uma alternativa à "velha política". A chapa é apoiada pelo Movimento Cívico Lógica, Ética e Estética. 

Hernández é engenheiro civil e dono da HG Construtora. Com um forte discurso contra os movimentos insurgentes, Rodolfo Hernández assegura que teve familiares sequestrados no passado pela FARC-EP e o ELN.

Durante sua gestão como prefeito, foi suspenso por três meses após agredir um vereador da oposição. Apesar do histórico, 58% dos colombianos afirmaram ter uma avaliação positivo de Hernández, segundo pesquisa da empresa Atlas Intel.

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