Itália enfrenta dia de greve geral contra reforma trabalhista de Matteo Renzi
Governo diz que medidas vão estimular contratações; trabalhadores consideram que elas facilitam demissões e reduzem direitos e proteção dos salários
Desde o começo da manhã desta sexta-feira (12/12), pelo menos 54 cidades italianas participam da greve geral de dois dias contra a reforma trabalhista impulsionada pelo primeiro-ministro italiano, Mateo Renzi, conhecida no país como “jobs act”. A convocação foi feita por organizações sindicais a todos os trabalhadores do setor público e privado do país.
Agência Efe
Manifestação atingiu maior parte das cidades do país
A paralisação, a primeira contra o governo de Renzi, afetou a administração, serviços de saúde, escolas e o transporte público, que funcionou apenas parcialmente nesta sexta. As três linhas do metrô de Roma foram fechadas e, em outras grandes cidades, os meios de transporte não operaram ou o fizeram de maneira restrita.
#scioperogenerale #12D A #Torino come a #Ferguson #WeCantBreathe! pic.twitter.com/h8A0MIjpNM
— mark (@marcodis82) 12 dezembro 2014
O presidente da República, Giorgio Napolitano, declarou em Turim que a greve geral "é sinal de uma grande tensão entre os sindicatos e o governo".
Agência Efe
Manifestantes tomaram as ruas de Roma durante os protestos
Reforma trabalhista
Os trabalhadores são contra a reforma trabalhista adotada no país na última semana. De acordo com Renzi, o objetivo é estimular a contratação, mas os trabalhadores consideram que a medida facilita demissões e reduz direitos e proteção dos salários nos primeiros anos de contrato.
Agência Efe
Policiais entraram em choque com manifestantes em Milão
Em Turim, a manifestação contou com a participação da líder do sindicato CGIL, o maior do país, Susanna Camusso. Ela pediu ao governo medidas para estimular o emprego diante de uma situação de "emergência".
As críticas são, sobretudo, à modificação no artigo 18 do Estatuto dos Trabalhadores, que protege profissionais de empesas com mais de 15 empregados contra demissões improcedentes. Além disso, a medida não contempla ações para revitalizar o trabalho e a economia, afirmam.