O assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, negou neste domingo (20/09) a afirmação do jornal israelense Yedioth Ahronoth, que dizia que a presidente do país, Dilma Rousseff, teria enviado uma carta a Tel Aviv na qual ela rejeitava a nomeação do ex-dirigente colono Dani Dayan como embaixador israelense em Brasília.
Reprodução/Facebook
Dani Dayan, ao centro: Brasília não recebeu 'agrément'
“Não houve carta da Dilma para o primeiro-ministro de Israel [Benjamin Netanyahu] por uma simples razão: não houve pedido oficial de 'agrément' [consentimento de um Estado para um embaixador seja nomeado para função em seu território] por parte do governo israelense”, afirmou a Opera Mundi.
Segundo o veículo israelense, Dilma teria expressado descontentamento a Tel Aviv pela escolha de Dayan pelo fato de o candidato viver em um assentamento israelense na Cisjordânia – fato considerado ilegal conforme o direito internacional – e também por dirigir movimentos de colonos em territórios palestinos ocupados.
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A nomeação de Dayan foi anunciada publicamente pelo governo de Netanyahu no dia 6 de setembro, surpreendendo o governo brasileiro, já que a divulgação foi contrária às normas diplomáticas que exigem que tal pedido seja feito de forma sigilosa. O premiê israelense, ao perceber o erro, já estaria cogitando outros representantes.
Após a decisão tornar-se pública no mês passado, movimentos sociais brasileiros criticam a nomeação, que também teve forte reação negativa da comunidade árabe. Eles pediram que não fossem concedidas a Dayan (empresário de origem argentina acusado de violar o direito internacional nas comunidades palestinas) as credenciais diplomáticas.
Nascido em Buenos Aires e formado em Finanças, Dayan tem 59 anos e foi presidente do Conselho Yesha – responsável por assentamentos judaicos na Cisjordânia – entre 2007 e 2013, e esteve envolvido na diplomacia pública israelense dentro e fora do país, segundo informações do Escritório de Netanyahu.