Os pesquisadores, convocados pela escola de Sociologia da Universidade Academia de Humanismo Cristão, qualificaram em comunicado a situação na região é “preocupante”, especialmente em países como Guatemala, Brasil, México e Nicarágua.
Nestes países, de acordo com o estudo, a violência e falta de segurança se transformaram em um problema mais complexo “por serem nações em subdesenvolvimento, com superpopulação, altos índices de corrupção e pelo auge, nos últimos anos, do crime organizado”.
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Para Marco Antonio Castillo, da Associação Grupo Ceiba da Guatemala, uma organização que promove a luta contra a toxicomania e a violência juvenil, a situação nos países centro-americanos é “extrema”.
Segundo indicou, mais de 70% da população é pobre e 67% é menor de 30 anos, fatores considerados determinantes para que no último ano a violência na Guatemala tenha aumentado 23%.
Para piorar, soma-se a isto a corrupção policial, que leva os jovens a crer que “a polícia se vende ao melhor comprador, privilegiando sempre os setores mais poderosos”.
O pesquisador Emilio Dellasoppa, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, explicou que no Brasil a percepção de falta de segurança aumentou devido ao aumento da população e ao crescimento das favelas.
Além disso, cidades como Rio de Janeiro e São Paulo são “castigadas pelo domínio do crime organizado ligado à delinquência e ao narcotráfico”.
Na Nicarágua, ao contrário de outros países, foi implementado em 2007 um modelo de polícia comunitária que trabalha com a população, e que conseguiu reduzir consideravelmente a taxa de homicídios e os casos de violência.
“Os números demonstram que em 2008, a taxa de crimes baixou de 21,1% para 9% em 2009, e isto se deve em grande medida a uma polícia mais próxima que trabalha coordenada com a cidadania”, disse Deyanira Castillo, coordenadora de projetos do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) nesse país.
Segundo dados entregues pela CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos) e o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos em seu relatório de segurança cidadã e Direitos Humanos, 40% de homicídios e 66% de sequestros que acontecem no mundo a cada ano são registrados na América Latina e Caribe, apesar de contar com só 8% da população mundial.
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