As eleições em 14 dos 32 estados mexicanos, que acontecem no próximo domingo (4/07), ocorrerão em meio ao clima de violência que marcou a campanha eleitoral, ocasionada por narcotraficantes que agora “opinam com tiros”.
“Durante anos, a intervenção do narcotráfico na campanha eleitoral no México era limitada a contribuições econômicas, mas agora opinam a tiros”, considerou o especialista da Unam (Universidade Nacional Autônoma do México), Raúl Benítez, em entrevista à ANSA.
Para Benítez, esses crimes cometidos por narcotraficantes representam “uma mensagem contundente” com o objetivo de mostrar a capacidade de desafiar as instituições. Um dos assassinatos mais notórios foi o do candidato ao governo de Tamaulipas pelo Partido Revolucionário Institucional (PRI, de centro), Rodolfo Torre Cantú, morto a tiros na segunda-feira (28/06).
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O ataque contra Torre Cantú foi atribuído ao crime organizado e fez com que o presidente Felipe Calderón lançasse um apelo para que todos os partidos políticos integrassem uma frente comum contra o narcotráfico.
Desde quando tomou posse, em dezembro de 2006, Calderón enviou às ruas mais de 100 mil militares, marinheiros e policiais federais, estaduais e municipais para combater os narcotraficantes, uma guerra que provocou até cerca de 24 mil assassinatos, segundo dados das autoridades locais.
Como resposta ao plano combativo do governo, as quadrilhas do narcotráfico estão dispostas a mostrar o México como “um estado débil, com governos capturados por grupos criminais”, advertiu Edgardo Buscaglia, do Itam (Instituto Autônomo do México).
No próximo domingo (4/07), 30 milhões de eleitores mexicanos irão às urnas para renovar os congressos e as prefeituras de 14 estados. Em 12 deles serão eleitos também novos governadores.
Segundo pesquisas recentes, o PRI lidera todas as pesquisas de intenção de votos para governador. Em três estados foi registrado empate técnico, podendo vencer o PAN (Partido da Ação Nacional)
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