A imprensa francesa desta segunda-feira (07/11) destaca as eleições de meio mandato nos Estados Unidos, às vésperas do pleito, realizado em 8 de novembro. No fim de semana, Barack Obama e Donald Trump realizaram comícios no estado de Pensilvânia, um dos mais disputados e decisivo para o controle do senado.
Para Libération, é difícil imaginar propostas mais contraditórias que as apresentadas pelos dois ex-presidentes: enquanto Trump multiplicou ameaças, Obama defendeu a democracia, diante dos riscos que pesam sobre ela em caso de eleição dos Republicanos, sob influência de Trump, que não aceitam a derrota.
Para o jornal, as eleições de meio mandato também serão a ocasião de medir os efeitos das demissões em massa de moderadores da rede social Twitter, após ter sido comprado por Elon Musk. A plataforma era amplamente usada por Donald Trump durante seu mandato, antes de este ser banido da rede em 2021.
Em estados como o Arizona ou a Geórgia, onde os Republicanos são fortes, dezenas de grupos divulgam no Facebook e no Twitter teorias do complô e de fraude eleitoral. Libération lembra que este é um período de alto risco para a democracia norte-americana, o primeiro depois do ataque ao Capitólio, em 6 de janeiro do ano passado.
O Parisien lembra que, tradicionalmente, o partido que ocupa a Casa Branca perde as eleições de meio mandato e “esse ano não deve ser diferente”. Os Democratas não devem conservar a maioria na Câmara dos Representantes, eleitos a cada dois anos. Também estão em jogo 34 vagas no Senado e 36 governos entre 50 estados.
Twitter/Joe Biden
"Parisien" lembra que, tradicionalmente, partido que ocupa Casa Branca perde as eleições de meio mandato
Milionário do Vale do Silício financia trumpistas
O presidente Joe Biden insiste que não se trata de um referendo, mas de uma escolha entre duas versões muito diferentes da América. Mas, com a popularidade em baixa, os Democratas temem perder a Câmara e talvez o Senado, o que significaria que a agenda de Biden seria quase totalmente bloqueada pelos próximos dois anos.
Ou, pior ainda, os Republicanos prometeram que acabariam com a investigação sobre o ataque ao Capitólio e poderiam criar uma sobre o fiasco da retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão ou sobre denúncias de corrupção contra um dos filhos de Biden.
Le Figaro traz um perfil do milionário norte-americano Peter Thiel, que financia a campanha dos candidatos de Trump, uma das personalidades mais ricas e controvertidas do Vale do Silício, de acordo com o jornal. Após financiar a campanha do ex-presidente republicano, em 2016, ele investiu ao menos US$ 30 milhões na campanha de 16 candidatos na corrida para o Congresso.
Cofundador com Elon Musk da plataforma de pagamentos PayPal, em 1998, e primeiro investidor do Facebook, ele defende que não acredita mais na democracia liberal. De acordo com o jornal, Thiel defende ideais de livre mercado, deixando as rédeas da economia nas mãos das tecnologias.