O presidente peruano Pedro Castillo enfrentará, na próxima semana, o seu terceiro pedido de impeachment, em apenas 16 meses de mandato.
A nova moção de vacância apresentada dias atrás pela oposição foi votada pelo plenário do Congresso na noite desta quinta-feira (1/12), e terminou com uma derrota significativa para o atual mandatário: 73 parlamentares aprovaram o início do processo, de um total de 130 do Legislativo unicameral peruano. Também houve 32 votos contrários, 6 abstenções e 19 ausências.
Além disso, a oposição também conseguiu encurtar o trâmite do processo, que previa originalmente 10 dias até a votação final, fazendo com que ela fosse programada para o dia 12 de dezembro.
Com a mudança, a votação definitiva do plenário, que decidirá se Castillo perde ou mantém sem mandato presidencial, ficou marcada para a próxima quarta-feira, dia 7 de dezembro. Assim, o presidente terá apenas 5 dias para apresentar a sua defesa e buscar apoio para evitar a destituição.
Alan Santos/PR
O presidente do Peru, Pedro Castillo, durante visita ao Brasil
A tarefa torna a situação do mandatário ainda mais difícil, já que os 73 votos desta quinta estão muito próximo dos dois terços do total de votos, que a oposição necessita para destitui-lo na votação final: são necessários 87 votos para aprovar a moção de vacância de forma definitiva, 14 a mais do que o conquistado nesta primeira votação.
A esperança do governismo reside no fato de que Castillo já sobreviveu a duas moções de vacância anteriores. O primeiro caso ocorreu exatamente há um ano, em dezembro de 2021. Na ocasião, o governismo conseguiu se articular e inclusive evitou a votação final, e arquivou o processo.
No segundo caso, em março de 2022, a votação final aconteceu, mas o presidente teve uma vitória expressiva, já que a oposição conseguiu apenas 55 votos a favor da destituição, 32 a menos que o necessário.
Caso Castillo perca seu mandato, o Peru terá pela primeira vez uma mulher na presidência do país: a atual vice-presidente, Dina Boluarte.