Uma delegação da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) visitou nesta quinta-feira (22/12) o ex-presidente do Peru, Pedro Castillo, no presídio de Barbadillo, onde ele se encontra a pouco mais de uma semana.
Castillo foi preso pela Polícia Nacional peruana no dia 7 de dezembro, minutos depois de ser destituído do cargo, por decisão do Congresso.
Os observadores tinham como missão verificar as condições do cárcere em que se encontra Castillo, em função da denúncia de maus tratos enviadas pelos advogados do ex-mandatário.
A Defensoria do Peru informou as autoridades carcerárias acompanharam a equipe técnica da CIDH no recinto penitenciário, onde a Justiça do país determinou que ele deve ser mantido durante o período de 18 meses de prisão preventiva – segundo decisão proferida no dia 15 de dezembro.
“Nos reunimos com o ex-presidente e sua defesa técnica e verificamos que as condições do cárcere estão de acordo com o previsto no Código de Execução Penal”, informou Defensoria do Povo, órgão público peruano que cuida de temas relacionados aos direitos dos presos.
O advogado Wilfredo Robles, defensor de Castillo, pediu à CIDH que visitasse seu cliente “com urgência”, depois de denunciar, em carta dirigida ao órgão, que o ex-presidente é vítima de “prisão é ilegal e arbitrária, em um processo judicial viciado por interesses políticos”.
Twitter Defensoria do Povo do Peru
Delegados da CIDH visitam presídio onde se encontra o ex-presidente peruano Pedro Castillo
Acompañamos a equipo técnico de @CIDH en visita al penal de Barbadillo donde está recluido expresidente @PedroCastilloTe. Nos entrevistamos con el exmandatario y su defensa técnica y verificamos que condiciones de reclusión se ajustan a las previstas en Código de Ejecución Penal. pic.twitter.com/cY2uItFkkO
— Defensoría Perú (@Defensoria_Peru) December 22, 2022
Violência policial contra manifestantes
A equipe da CIDH também deverá verificar casos relacionados à repressão da polícia aos protestos realizados no país desde 10 de dezembro.
Ssegundo um informe de 21 de dezembro da Coordenadora Nacional de Direitos Humanos do Peru (CNDDHH), já foram registradas ao menos 26 mortes causadas pela violência empregada pelas forças de segurança contra os manifestantes.
Nesse sentido, os delegados do órgão ligado à Organização dos Estados Americanos (OEA) devem se reunir com autoridades, ativistas, jornalistas e diversas organizações sociais, estudantis, camponesas e indígenas.