O ministro da Defesa da Argentina, Jorge Taiana, anunciou neste sábado (29/04) a destituição do general Rodrigo Soloaga do cargo de presidente da Comissão de Cavalaria Reformada.
A decisão foi tomada após declarações de Soloaga em apoio aos militares presos por crimes contra a humanidade, como tortura, sequestro, assassinato e desaparecimento de pessoas, perpetrados durante a última ditadura civil-militar do país, entre 1976 e 1983.
Segundo Taiana, “estamos completando 40 anos de democracia este ano e não vamos mais tolerar esse tipo de manifestação”.
Não é a primeira vez que Soloaga assume publicamente sua postura a favor de militares violadores de direitos humanos. Em 2004, ele era o Chefe do Estado-Maior do Exército, pediu aposentadoria ao saber que o então presidente Néstor Kirchner (2003-2007) retiraria os quadros dos golpistas Jorge Rafael Videla e Reynaldo Benito Bignone do Colégio Militar da Nação.
Ministério de Defesa da Argentina
Decisão de destituir general Soloaga foi tomada após declarações de Soloaga em apoio aos militares presos por crimes contra a humanidade
Na ocasião, ele expressou que o gesto de Kirchner contrariava “princípios e convicções que não estou disposto a negociar, muito menos com o mesquinho objetivo de endossar comportamentos que tendem a desvalorizar a instituição e, de alguma forma, obrigá-la a abandonar uma história cheia de grandeza, honra e dignidade”.
Apesar da sua aposentadoria naquele ano, Soloaga retornou às Forças Armadas por decisão do governo de direita de Mauricio Macri (2015-2019). Porém, a decisão do ministro prevê a aplicação de sanção disciplinar correspondente a quem realiza manifestações que violem as políticas da Memória, Verdade e Justiça. Portanto, é possível que ele seja, novamente, obrigado a ir para a reserva.
Além do Ministério da Defesa, houve reação da Secretaria Direitos Humanos da Argentina sobre o caso. O secretário Horacio Pietragalla Corti fez um apelo à imprensa para “evitar a propagação de discursos negacionistas”.
Entre as organizações de direitos humanos, entidades como as Mães e Avós da Praça de Maio publicaram um comunicado manifestando sua preocupação com declarações desse tipo.
(*) Com informações de TeleSur