O presidente palestino, Mahmoud Abbas, pediu neste sábado (24/10) ao secretário de Estado norte-americano, John Kerry, que os Estados Unidos apoiem o envio de uma força internacional “que proteja o povo palestino”, relataram diplomatas à Agência Efe. O encontro ocorreu em Amã, capital da Jordânia, e tinha como objetivo tratar da atual onda de violência na região – desde o início de outubro, foram registradas mais de 60 mortes.
EFE
John Kerry e Mahmoud Abbas se encontraram em Amã, capital da Jordânia, para tratar da violência entre israelenses e palestinos
Segundo as mesmas fontes, Abbas solicitou que os EUA convoquem uma conferência internacional para estabelecer a Palestina como um Estado reconhecido mundialmente e que possua as fronteiras de 1967, ano em que ocorreu a Guerra dos Seis Dias, conflito que definiu as divisas atuais, com a perda de territórios para Israel.
Kerry, no entanto, pontuou que os EUA não desejam implementar mudanças estruturais, apenas o fim da escalada de ataques e retaliações, de acordo com os diplomatas.
Na última quinta-feira (22/10), Kerry se reuniu em Berlim com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e exigiu o fim da violência entre israelenses e palestinos. Na terça-feira (20/10), o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, se encontrou com Netanyahu em Israel. Logo após, foi à Cisjordânia para ter uma reunião com Abbas.
NULL
NULL
Ontem, Ban Ki-moon fez um apelo para que os líderes palestino e israelense dialoguem pessoalmente sobre os acontecimentos recentes na região.
John Kerry se encontrou também com o rei jordaniano, Abdullah II, que exigiu que a Jordânia volte a ser responsável pela custódia da mesquita de al-Aqsa. A mesquita, situada em Jerusalém, é um dos locais mais sagrados para os muçulmanos.
EFE
Após a reunião com Abbas neste sábado (24/10), Kerry conversou com o rei Abdullah II, também em Amã, na capital da Jordânia
Mais um dia violento
Um palestino de 16 anos foi morto neste sábado pela polícia israelense no norte da Cisjordânia. Segundo Israel, Mohammed Zakarna havia tentado esfaquear um guarda israelense em uma passagem da fronteira. Em Gaza, um palestino não resistiu aos ferimentos após ter sido baleado pelas forças de segurança israelenses na semana passada.
A onda de violência teve início após divergências sobre o acesso e visitas à Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém Oriental, local sagrado para o islamismo e para o judaísmo. Ataques com armas brancas têm sido frequentes, assim como retaliações das forças de segurança de Israel a protestos palestinos, que ocorrem em Jerusalém, Gaza e Cisjordânia.
Ao menos 64 pessoas, das quais 56 são palestinas, já morreram neste mês de outubro por conta da onda de violência.