As duas câmaras da Dieta (Parlamento do Japão) nomearam nesta quarta-feira o conservador e nacionalista Shinzo Abe como novo primeiro-ministro do país, após ampla vitória de seu partido, o PLD (Partido Liberal Democrata), nas últimas eleições gerais, realizadas no último dia 16, em que obteve 328 assentos dos 480 possíveis e dominar com folga a Câmara.
A nomeação de Abe, sexto premiê japonês em sete anos, também foi referendada pelo Senado, cuja votação é simbólica. Ele substitui Yoshihiiko Noda, do PDJ (Partido Democrático do Japão), colocando fim a três anos de domínio do partido, que havia quebrado em 2009 uma hegemonia de mais de meio século do PLD.
Antes da votação, o governo de Noda apresentou sua renúncia em plenário, como estava programado, para permitir que Abe, que já foi primeiro-ministro entre setembro de 2006 e setembro 2007, fosse ratificado como o novo chefe de governo.
Agência Efe (26/12/12)
O premiê japonês Shinzo Abe é cumprimentado pro seus colegas ao assumir mais uma vez o governo do Japão
Abe, que aparece como 96º primeiro-ministro da história do país, assume o governo do Japão sob a sombra da estagnação econômica, da lenta recuperação da área devastada pelo tsunami e do acidente nuclear de Fukushima em 2011, além dos efeitos negativos de sua disputa territorial com a China.
A câmara baixa elegeu o veterano político do PLD Bunmei Ibuki, que foi ministro das Finanças, Educação e Trabalho, como seu novo presidente.
Após a nomeação, Abe apresentou sua equipe de governo que terá, segundo ele, como prioridade, “a recuperação da terceira maior economia mundial”. “O primeiro objetivo é nos recuperar do desastre (terremoto e tsunami de março de 2011) e também revitalizar a economia”, ressaltou Yoshihide Suga, novo ministro porta-voz, ao anunciar a escalação do novo governo.
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Para ministro das Finanças, Abe, de 58 anos, escolheu Taro Aso, que já enfrentou, como primeiro-ministro, a crise financeira gerada pela queda do banco Lehman Brothers em 2008.
Aso, de 72 anos e um dos pesos pesados do PLD, também foi nomeado vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, enquanto Toshimitsu Motegi, de 57 anos e ex-vice-chanceler, ocupará a pasta de Economia, Comércio e Indústria.
Este cargo, o de ministro da Revitalização Econômica, será ocupado por Akira Amari, de 63 anos, ex-ministro de Economia, Comércio e Indústria entre 2006 e 2008.
Como ministro para a Reconstrução das zonas devastadas pelo tsunami de março de 2011, Abe apostou em Takumi Nemoto, político de 61 anos nascido em Fukushima, uma das províncias mais afetadas pela tragédia e que é o local onde fica a danificada usina nuclear de Fukusima-Daiichi.
O ministro do Meio Ambiente e responsável por Segurança Nuclear será Nobuteru Ishihara, de 55 anos, ex-ministro dos Transportes há quase 10 anos e filho do polêmico ex-governador de Tóquio Shintaro Ishihara, que agora lidera o Partido para a Restauração do Japão, terceira principal força política na câmara baixa.
Como chanceler, Abe optou por Fumio Kishida, de 55 anos, em um momento em que as relações com China e Coreia do Sul não vivem seus melhores dias por causa de disputas territoriais.
Kishida foi anteriormente ministro de Estado a cargo dos chamados territórios do Norte, um conjunto de ilhas na parte setentrional do arquipélago cuja soberania o Japão reivindica da Rússia.
(*) com agências de notícias internacionais