Os dez norte-americanos detidos no Haiti por tentar tirar 33 crianças do país foram acusados formalmente de tráfico de menores e formação de quadrilha, e devem ser julgados no Haiti, e não enviados aos Estados Unidos, disse o ministro da Justiça haitiano, Paul Denis.
Segundo a Promotoria, caso condenados, os norte-americanos podem pegar entre três e nove anos de prisão.
Os dez acusados compareceram em uma audiência diante da Promotoria ontem (4), onde reiteraram que são inocentes e que sua única intenção era ajudar, além de terem ressaltado que até hoje não sabiam qual era a acusação contra o grupo.
Disseram que até agora não puderam saber o que a Justiça haitiana tem contra eles”, explicou o advogado do grupo, Edwin Coq à agência Efe.
“Eu não vejo por que eles deveriam ser julgados nos EUA. Eles cometeram um crime no Haiti, portanto é no Haiti onde devem ser julgados”, disse o ministro. “É que a lei haitiana que foi violada. Cabe às autoridades haitianas ouvi e julgar”, argumentou Denis antes de perguntar: 'Quando um haitiano comete um crime nos Estados Unidos, é julgado no Haiti ou nos EUA?”.
História
Os cidadãos norte-americanos foram interceptados pelas autoridades haitianas na semana passada quando tentavam entrar na República Dominicana em um ônibus com os menores, de entre 2 e 12 anos. Como não possuíam a documentação necessária para sair do país com as crianças, todos foram detidos.
O grupo faz parte organização batista New Life Children's Refuge. Inicialmente, os norte-americanos sustentaram que as crianças eram órfãs e que pretendiam dar a elas melhores expectativas de vida diante do caos provocado pelo terremoto do último dia 12 no Haiti. No entanto, autoridades encontraram os pais das crianças, que afirmam terem sido enganados pelos misisonários.
Após a audiência de hoje, o caso passará para a fase de instrução, na qual se determinará se podem ser libertados, julgados em um tribunal criminal ou submetidos à jurisdição correcional, caso não seja detectada uma especial gravidade na ação cometida.
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