Agricultores franceses bloquearam com esterco, pneus e tratores diversas estradas e vias de acesso do país nesta terça-feira (21/07), contra uma queda no preço da carne e do leite. Segundo os trabalhadores, que desde o fim de semana se mobilizam contra a medida, a atual situação dificulta cobrir os preços da produção.
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Bloqueio: agricultores dizem que protesto não irá parar enquanto não houver ações do poder público
Em meio à pressão, o presidente François Hollande garantiu nesta terça que tomará medidas para ajudar pecuaristas e produtores de lacticínios e anunciou que haverá uma reunião de urgência do conselho de ministros na quarta-feira (22/067).
Nesta tarde, o ministro da agricultura, Stéphane Le Foll, se encontrará na prefeitura de Caen com representantes locais de organizações agrícolas na tentativa de colocar um fim ao impasse, reportou Le Monde.
Um dos principais locais afetados é o acesso ao Monte Saint Michel, uma das principais zonas turísticas de França, situada a 360 quilômetros a noroeste de Paris. Além de cidades da Normandia e da Bretanha, fazendeiros têm expandido os protestos a outras regiões, como o sudoeste da nação.
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Esterco causa trânsito no acesso ao Mont Saint Michel, fazendo turistas caminharem a pé até atração
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Para muitos, as companhias alimentícias e os supermercados não estão respeitando um acordo assinado em junho em que concordaram em aumentar os pagamentos por produtos agrícolas.
“Trata-se de um grito de desespero. Os agricultores ganham cada vez menos. Tivemos que pedir empréstimos para sustentar a família e fazer compras no mercado”, afirmou o presidente do sindicato de agricultores da Mancha, Yannick Bodin, à Euronews.
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Vistaa do Monte Saint Michel pelo rio Couesnon; local é um dos maiores tesouros históricos da França
Estrume na pista
Essa não é a primeira vez que agricultores franceses usam esterco para protestar no país. Em novembro passado, fazendeiros jogaram cerca de 100 toneladas de estrume e legumes podres em frente a prédios da Prefeitura da cidade francesa de Chartres, a sudoeste de Paris.
Na ocasião, a onda de manifestações chegou inclusive a cidades mais populosas, como Nantes e Toulouse. Os trabalhadores criticavam o excesso de regulamentação, a economia fraca e a falta de protecionismo contra a concorrência estrangeira.
Reprodução/RT
Em novembro, França aplicou norma da UE que obrigou fazendeiros a reduzir a poluição por nitratos, implicando novos gastos e revolta