Membros do partido de extrema-direita alemão AfD (Alternativa para a Alemanha, na sigla em alemão), declararam apoio neste domingo (01/05) ao manifesto eleitoral segundo o qual o islamismo é incompatível com a Constituição do país. Cerca de 2.000 delegados da AfD realizaram uma conferência partidária neste fim de semana.
EFE
Após eleições regionais em março, AfD obteve assento em metade das assembleias da Alemanha
“Para nós, o islã é algo externo, e por isso não pode invocar o princípio de liberdade religiosa no mesmo grau do cristianismo”, declarou à conferência partidária Hans-Thomas Tillschneider, político da AfD da Saxônia-Anhalt. Em mais de uma ocasião, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, declarou publicamente que o islã é bem-vindo no país e está protegido pela liberdade religiosa prevista na Constituição.
Por meio do manifesto, que possui um capítulo intitulado “O islã não faz parte da Alemanha”, o partido também pede que sejam banidos da Alemanha a burca e os minaretes, torres características da arquitetura de influência islâmica, presentes em mesquitas. Cerca de 5% da população alemã se declara islâmica.
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Neste sábado (30/04), milhares de manifestantes protestaram contra as políticas e pautas do partido em Stuttgart, onde a AfD realizou sua conferência anual. “Seu discurso de ódio nos incomoda” foi um dos dizeres exibidos pelos manifestantes. A polícia reprimiu o protesto com spray de pimenta e chegou a deter cerca de 400 pessoas.
EFE
A líder da AfD, Frauke Petry, com o documento da AfD que diz: “O Islã não faz parte da Alemanha”
A AfD não possui representação no Parlamento alemão, mas, após eleições locais no último mês de março, obteve assentos em oito das 16 assembleias regionais do país. Segundo pesquisas de opinião recentes, o partido chega a obter até 14% de apoio dos alemães, que irão às urnas em eleições nacionais em 2017.
Formado há três anos, o partido critica a entrada de refugiados na Alemanha e adota discursos anti-islâmicos e xenofóbicos. No decorrer de 2015, cerca de 1 milhão de imigrantes entraram na Alemanha.