A Anistia Internacional acusou, nesta quarta-feira (23/12), a Rússia de ter matado pelo menos 200 civis com suas operações militares na Síria, realizadas desde o fim de setembro para combater militantes do Estado Islâmico no país.
Em relatório de 28 páginas, feito “à distância”, a organização afirma que Kremlin realizou “ataques indiscriminados” e deliberados a áreas residenciais, mercados e edifícios médicos. E ainda negou casualidades civis e até mesmo danos a propriedades civis.
Agência Efe
Imagem cedida pelo Ministério da Defesa russo mostra bombardeio na Síria
As acusações foram baseadas em conversas por telefone que o grupo realizou com sobreviventes e outras testemunhas. Segundo o órgão, entre 30 de setembro e 29 de novembro, mais de 25 ataques mataram apenas civis. A organização estima que para cada combatente do Estado Islâmico morto, outros 16 civis morreram.
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“Nosso relatório demonstra como nós acreditamos que a Rússia tem cometido crimes de guerra na Síria por atacar diretamente áreas civis e residenciais, incluindo instalações médicas. O país tem usado indiscriminadamente munições cluster e bombas não guiadas em áreas populosas. Com estas considerações, acreditamos que o país tenha provavelmente cometido crimes de guerra”, disse à imprensa Neil Sammonds, um dos pesquisadores da organização.
Diante das alegações, o Kremlin emitiu um comunicado avisando que iria analisar o relatório da Anistia Internacional e que o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, ainda não tinha “fatos corroborados” de perdas civis na Síria. No entanto, o país sempre negou que seus ataques tenham levado à morte de civis.
Agência Efe
Outras potências mundiais, incluindo EUA, Reino Unido e Alemanha estão atuando na região sob o pretexto de combater o Estado Islâmico
Até o momento, o Observatório Sírio de Direitos Humanos contabilizou 2.312 mortos por ataques russos, desde o fim de setembro até o dia 21 de dezembro. Entre eles, 710 eram civis, incluindo 161 crianças e 104 mulheres.