A Alemanha lembra hoje os 20 anos da queda do Muro de Berlim, processo iniciado no dia 9 de novembro de 1989. Os atos planejados para o aniversário culminarão com a “Festa da Liberdade” em frente ao Portão de Brandemburgo, à qual foram convidados diversos líderes de todo o mundo. Pouco antes do início das festividades, a chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que, 20 anos depois da queda do Muro de Berlim, a unidade da Alemanha ainda não foi alcançada totalmente, especialmente na economia.
“A unidade alemã não foi alcançada ainda completamente porque entre o Leste e o Oeste continuam existindo diferenças estruturais”, destacou a chanceler em uma entrevista ao canal público de televisão ARD.
“Devemos abordar o problema se queremos alcançar níveis de vida iguais no Leste e no Oeste”, completou, recordando que o desemprego na antiga RDA (República Democrática da Alemanha, Oriental) continua sendo duas vezes superior ao da antiga RFA (República Federal da Alemanha, Ocidental).
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Imposto da solidariedade
Merkel, que cresceu na Alemanha Oriental e entrou para a política depois da queda do muro, reiterou que o “imposto de solidariedade” pago pelos alemães para financiar a reunificação “continua sendo necessário”. Em 20 anos, 1,3 trilhão de euros (quase dois trilhões de dólares) foram transferidos do Oeste para o Leste da Alemanha para financiar a modernização da antiga RDA.
Fotos: EFE
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Segundo o instituto de pesquisas IW, a riqueza da antiga Alemanha Oriental equivale atualmente a 70% na antiga Alemanha Ocidental, em termos de PIB (Produto Interno Bruto) por habitante, contra apenas 30% em 1991.
Experiência pessoal
A chefe do governo alemão afirmou que, nos anos 1980, achava que não chegaria a ver a queda do muro e acrescenta que, nem mesmo após 9 de novembro de 1989 pensou em “concreto” que tinha começado o caminho para a reunificação das duas Alemanhas.
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Merkel disse que, apesar da escassez de produtos de consumo dos germânico-orientais, os sonhos dos adolescentes dos dois lados do muro “não eram muito diferentes”. Em seu caso, sonhava com os Beatles, em ver o mundo e com o “primeiro amor”, revelou.
O pai de Merkel, um pastor protestante e oriundo do leste da Alemanha, instalou-se na RDA nos anos 1950 com a família, uma decisão que a atual chanceler não discutiu. “Mas disse a meus pais que a decisão não me faria sentir ligada à RDA eternamente. Pelo menos teoricamente, queria preservar minha liberdade”, afirma.
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