O ministro do Trabalho e ex-porta-voz do partido governista Syriza, Panos Skourletis, afirmou nesta segunda-feira (13/07) que o país deverá ter novas eleições gerais ainda neste ano. A declaração vem poucas horas após o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, chegar a um acordo com credores europeus.
EFE
Tsipras após sair de negociações com credores em Bruxelas nesta manhã
Em entrevista à televisão estatal grega, Skourletis disse que o governo precisará “pedir emprestado alguns votos da oposição” para conseguir a aprovação das medidas de austeridades exigidas pela troika (Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu).
“Eu não consigo ver como poderemos evitar uma eleição em 2015… Isso não é natural. Nós acreditamos em algo diferente do que o que nós fomos obrigados a assinar com uma arma apontada em nossas cabeças”, afirmou o responsável pela pasta de Trabalho, citado pelo jornal Ekathimerini.
Após horas de negociações, Tsipras chegou a um consenso nesta manhã com os sócios europeus por um terceiro resgate financeiro em troca de políticas que envolvem privatizações e cortes de gastos sociais.
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De volta a Atenas, o chefe de governo foi encontrar as principais autoridades do país para uma reunião de emergência. A reunião incluiu nomes como o ministro das Finanças, Euclidis Tsakalotos, e o representante do Syriza no Parlamento, Nikos Filis, que disse que os deputados que discordarem das novas medidas deveriam renunciar imediatamente.
Na Grécia, o anúncio do acordo causou uma ruptura da coesão política, gerando divergências entre muitas autoridades. Zoe Konstantopoulou, presidente do Parlamento e uma das principais lideranças do Syriza, e o ex-ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, foram um dos que mais criticaram o acordo de Tsipras.
Para Varoufakis, que apresentou renúncia na segunda passada, a negociação de empréstimo, tal como foi feita, foi uma “política de humilhação”.
“Isso não tem nada a ver com economia. Isso não tem nada a ver em colocar a Grécia de volta aos trilhos em direção a uma recuperação. Isso é um novo Tratado de Versalhes que está assustando a Europa novamente, e o primeiro-ministro [Tsipras] sabe disso”, afirmou Varoufakis, segundo The Guardian.