O chefe de polícia da cidade alemã de Colônia, Wolfgang Albers, foi exonerado nesta sexta-feira (08/01), uma semana após uma série de agressões sexuais e assaltos ocorrerem durante a festa de Ano Novo no centro da cidade. Segundo o Ministério do Interior da Renânia do Norte-Vestfália, Estado onde Colônia está situada, a medida visa “recuperar a confiança pública na polícia”.
EFE
Até o momento, investigações da polícia apontam 31 suspeitos, dos quais 29 têm origem estrangeira
Na noite de Ano Novo, centenas de homens – entre 500 e 1.000, estima a polícia – cercaram, roubaram e agrediram sexualmente mulheres em lugares públicos no centro da cidade. A polícia afirmou que os crimes foram cometidos por homens de origem estrangeira, “do norte da África ou de países árabes”. Mais de 100 mulheres fizeram denúncias por agressão sexual e roubo e pelo menos duas foram estupradas.
Uma testemunha dos crimes disse ao jornal inglês The Guardian que, na noite de réveillon, viu três homens que falavam árabe e “claramente davam instruções e dirigiam vários homens”. A testemunha, a iraniana Lieli Shabani, afirmou que viu os crimes ocorrerem da escadaria da catedral de Colônia e ficou surpresa com a forma que a polícia lidou com os acontecimentos. “Eles pareciam apenas deixar acontecer. Eu vi quando quando homens disparavam fogos de artifício horizontalmente, para a multidão, e a polícia apenas permaneceu ao lado da praça, com as mãos nos quadris”, disse ela.
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O Ministério do Interior alemão afirmou que 31 pessoas envolvidas no caso foram identificadas e 18 delas são estrangeiras e solicitam asilo na Alemanha. Dos 18 solicitantes de asilo, nenhum é suspeito de cometer agressão sexual, mas sim crimes como roubo. Dentre os 31 suspeitos, há nove argelinos, oito marroquinos, cinco iranianos, quatro sírios, dois alemães, um norte-americano, um iraquiano e um sérvio.
Nesta sexta-feira, a prefeita de Colônia, Henriette Reker, afirmou por meio de um comunicado que “a confiança na liderança da polícia está significativamente abalada”, após sugerir que a corporação reteve informações sobre o ocorrido.
O caso teve grande repercussão na Alemanha e motivou diversas manifestações pelo país por parte de grupos que defendem os direitos da mulheres, além de grupos contrários à recepção de refugiados e à permanência de estrangeiros no país. A chanceler alemã, Angela Merkel, foi criticada por supostamente tentar abafar o caso para evitar uma reação xenófoba da população. Em pronunciamento na televisão, Merkel pediu o esclarecimento dos crimes e falou que é “insuportável” o sentimento que o ocorrido criou nas mulheres do país.
EFE
Membros de uma associação germano-tunisiana entrega flor a uma jovem à frente da estação de Colônia, local dos crimes sexuais