O governo de Israel autorizou nesta sexta-feira (10/06) a entrada de mulheres, crianças e homens palestinos de até 45 anos em Jerusalém, em uma flexibilização das medidas tomadas após o ataque a um mercado em Tel Aviv nesta semana.
Agência Efe
Mulheres palestinas atravessam posto policial para chegar a Jerusalém para assitir primeiras orações do Ramadã
Fontes da polícia israelense informaram à agência Efe que a entrada de palestinos da Cisjordânia foi autorizada com “restrições” para que eles pudessem participar das primeiras orações da primeira sexta-feira do mês do Ramadã na Esplanada das Mesquitas.
Nesta quinta-feira (09/06), Israel cancelou as permissões de entrada de 83 mil palestinos da Cisjordânia e da Faixa de Gaza em Israel para o Ramadã após o ataque que deixou quatro mortos e 16 feridos em um mercado de Tel Aviv.
Segundo a porta-voz Luba Samri, “milhares de pessoas” participam das orações, sem dar estimativa do número de fiéis provenientes da Cisjordânia.
Punição coletiva
O Alto Comissário de Direitos Humanos da ONU, Zeid Ra'ad Al Hussein, afirmou nesta sexta-feira que o cancelamento das permissões de entrada de palestinos em Israel pode equivaler à punição coletiva.
Em entrevista coletiva à imprensa, a porta-voz de Al Hussein, Ravina Shamdasani, informou que o comissário condena as mortes, mas está “profundamente preocupado” com a atitude israelense.
O cancelamento das permissões, segundo o funcionário da ONU, “pode equivaler a uma punição coletiva e irá somente aumentar o senso de injustiça e frustração sentido pelos palestinos nesses tempos tensos”.
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De acordo com Al Hussein, Israel tem “obrigação” de fazer com que os responsáveis por crimes respondam por eles. Entretanto, diz que as medidas contra a população em geral “punem não apenas os executores do crime, mas dezenas, talvez centenas, ou milhares de palestinos inocentes”.
Shamdasani recordou também que, segundo a convenção de Genebra, punir pessoas que não foram pessoalmente responsáveis por um crime pode equivaler à punição coletiva.
A missão diplomática israelense em Genebra disse que os comentários de Al Hussein “quebram um novo recorde de cinismo e padrões duplos”.
“O Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos está usando a morte de israelenses inocentes para atacar Israel. Mais uma vez, ao invés de se colocar no lado das vítimas de Israel, estabelece uma forçada, fraca condenação, e corre para defender os terroristas”.
Israel havia concedido as permissões em função do Ramadã para permitir o deslocamento mais rápido de palestinos durante a celebração islâmica e a reunião de famílias da Cisjordânia e de Gaza.